Glenn Greenwald sobre a mídia tradicional: “isso não é jornalismo de verdade”

Jornalista norte-americano explica o que os principais veículos da mídia tradicional tiveram de fazer para sobreviver com tanto conteúdo livre e gratuito na internet: “falar apenas com uma audiência”

Greenwald: "parte da corrupção no Brasil reside dentro do Ministério Público e LJ"
Greenwald: "parte da corrupção no Brasil reside dentro do Ministério Público e LJ" (Foto: Gustavo Bezerra/ Fotos Públicas)


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247 - Em entrevista ao economista Eduardo Moreira, do Instituto Conhecimento Liberta, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, fundador do Intercept Brasil e um dos responsáveis pela série de reportagens conhecida como Vaza Jato, fala sobre o desespero da mídia tradicional.

“Com a internet, as grandes mídias passaram a ter um problema grande: como lucrar com tanto conteúdo livre e gratuito na internet? O único modelo que elas encontraram é falar apenas com uma audiência, que tem as mesmas crenças e ideologias e vamos alimentá-la com tudo o que ela quer ouvir”, afirma Glenn.

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De acordo com o jornalista, esse tipo de manobra exalta figuras de apenas um lado, deixando o outro completamente órfão, e o pior: injetando raiva, medo e ódio. “Seu lado é o melhor, seus líderes são benevolentes… Porém, o mais importante é trabalhar com a raiva, o medo e o ódio. Como? Chamando-os de corruptos, e dizendo que estão todos ameaçados”, diz.

Glenn afirma que essa polarização é tudo menos jornalismo. “Todos nós temos opiniões, mas o problema é ignorar informação que a minha audiência não quer ouvir e alimentando tudo o que eles querem ouvir. Isso não é jornalismo de verdade. Isso tudo está aumentando os conflitos na sociedade, o que é muito perigoso e tóxico”, alerta.

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