Gilmar Mendes cobra autocrítica da mídia em relação à Lava Jato

Segundo o ministro do STF, parte da imprensa assessorou informalmente a operação

(Foto: ABr | Senado)


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247 – Em uma recente transcrição divulgada pelo canal Cortes 247 no YouTube, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez declarações contundentes sobre a atuação da Operação Lava Jato e levantou a questão da presença de jornalistas como assessores informais no caso. Ele ressaltou a necessidade de uma autocrítica diante dos acontecimentos que marcaram a justiça brasileira nos últimos anos.

Mendes destacou que o Brasil se vangloriava de estar combatendo a corrupção de forma exemplar, mas acabou se tornando palco do maior escândalo judicial do mundo. Ele afirmou que não se sabe tudo ainda, ressaltando a importância de uma investigação aprofundada sobre o que ocorreu no âmbito do Judiciário, em particular na 13ª Vara de Curitiba e na 7ª Vara do Rio de Janeiro.

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O ministro mencionou a atuação dos juízes Sérgio Moro e Marcelo Bretas, afirmando que eles foram responsáveis por produzir um quadro preocupante no sistema judicial. Segundo Mendes, Bretas, em uma entrevista recente, confessou que se sentia constrangido com os pedidos da Polícia Federal e que tomava decisões com base em centenas de páginas de processos em questão de minutos, mesmo estando fisicamente distante do local. Felizmente, Bretas já está afastado do cargo, e o ministro espera que ele nunca mais retorne ao judiciário.

O ministro defendeu a necessidade de uma autocrítica profunda por parte do judiciário em relação a essa temática. Ele ressaltou a importância de corrigir erros e mencionou propostas que já estão em tramitação no Supremo Tribunal Federal, como a implantação do juiz de garantias, aprovado pelo Congresso, a fim de evitar o empoderamento excessivo de um juiz que se torna sócio da investigação.

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Gilmar Mendes ressaltou a importância de esclarecer todos os fatos relacionados à Operação Lava Jato, incluindo vazamentos e alegadas irregularidades. Ele citou sua própria experiência ao julgar um caso, em que um jornalista de uma grande rede de televisão buscava orientação sobre as notas que a República de Curitiba iria emitir, bem como as declarações de Moro. Mendes defendeu uma revisão no processo de seleção de juízes federais, citando a admissão de pessoas como Moro e Bretas como evidência de falhas no sistema.

Mendes enfatizou que a mudança de postura dos jornalistas, que passaram de repórteres a assessores, é extremamente grave, pois eles deixam de relatar os fatos e passam a conformar e assessorar a autoridade. Ele comparou essa situação a modelos autoritários e destacou a importância de a mídia também refletir sobre seu papel nesse caso e admitir os erros cometidos. Assista:

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