Gaspari diz que esperar que os militares não se metam nas confusões do governo em 2021
"Bolsonaro não vai mudar, as investigações das “rachadinhas” e das notícias falsas continuarão a assombrá-lo", diz o jornalista Elio Gaspari sobre suas expectativas para 2021. “Pode-se, contudo, esperar que os militares não se metam nas confusões que vêm por aí". completa
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247 - O jornalista Elio Gaspari escreve em sua coluna desta quarta-feira (23), na Folha de S. Paulo, que “salvo a vacina, o que é muita coisa, pouco se pode esperar de 2021”. Para ele, “Bolsonaro não vai mudar, as investigações das “rachadinhas” e das notícias falsas continuarão a assombrá-lo. As reformas de Paulo Guedes continuarão como promessas de campanha”.
“Pode-se, contudo, esperar que os militares não se metam nas confusões que vêm por aí, nem que sejam instrumentalizados para agravá-las. Felizmente, os oficiais da ativa estão calados. Uns poucos, da reserva, fazem-se ouvir, sempre com alguma estridência”, ressalta.
“Militares falantes são heróis para as vivandeiras que rondam os bivaques dos granadeiros. Quem definiu esses personagens, há tempo, foi o marechal Castello Branco. Existem vivandeiras de todos os matizes políticos. Acabam todas mal”, avalia.
O jornalista observa que “Bolsonaro e seu pelotão de palacianos já fizeram um estrago na imagem das Forças Armadas, mas não conseguiram envolvê-las em aventuras. Sempre existirão civis querendo levar a política para os quartéis em nome de uma purpurina da notoriedade”.
Gaspari destaca que “os oficiais que se sentem atraídos pelo ativismo político deveriam, por alguma questão de coerência, olhar para trás. Lá está o coronel Francisco Boaventura, que poderia ser o patrono dessa arma invisível”.
No texto, ele relembra que um “pelotão de palacianos do governo de João Goulart teve a ideia de usá-lo num plano de sequestro de Carlos Lacerda, então governador do Rio. Quando veio a ordem, verbal, recusou-se a cumpri-la”.
“Em 1968, percebeu que o pelotão palaciano do marechal Costa e Silva tramava um golpe e ficou contra. Veio o Ato Institucional nº 5 e o general-comandante do pelotão fabricou sua cassação com justificativas desabonadoras”. O irmão de Boaventura era ministro do Interior”, completa.
“O coronel Francisco Boaventura teria sido um destacado general se não tivesse se metido com as vivandeiras”, avalia.
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