Folha se opõe às presidências de Renan e Alves

Para o jornal de Otávio Frias, a eleição dos peemedebistas ao comando do Senado e da Câmara emite um sinal desolador sobre o Congresso

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247 – O jornal de Otávio Frias, autor nos últimos dias de uma série de denúncias contra Renan Calheiros e Henrique Alves, se declarou hoje contra a eleição de ambos às presidências do Senado e da Câmara. Para a Folha, isso emite um sinal desolador sobre o Congresso. Leia:

Presságios

A provável eleição de Renan Calheiros e Henrique Alves às presidências do Senado e da Câmara emite um sinal desolador sobre o Congresso

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A condução dos peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados será um resultado tão previsível quanto desolador para as eleições que ocorrerão nas duas Casas no começo de fevereiro.

Previsível porque, alijado das disputas pelo Executivo, o PMDB se especializou em comandar o Legislativo. Desde 1985, a legenda dirigiu o Senado por quase 24 anos e a Câmara por 14. Nenhum outro partido demonstrou, nem remotamente, tamanho profissionalismo na captura desse aparelho estatal.

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Mas essa vitória será também desoladora pela gravidade das suspeitas que, neste início de ano, pesam contra os dois congressistas -rodeados de assessores e empresas cuja reputação é duvidosa.

Como esta Folha revelou no domingo, recursos de emendas parlamentares apresentadas por Henrique Eduardo Alves abasteciam uma empresa de Aluizio Dutra de Almeida, assessor do deputado. Diante do escândalo, o auxiliar pediu demissão, mas o peemedebista manteve-se impassível: negou irregularidades e atribuiu tudo ao "jogo pré-eleitoral".

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A situação de Renan Calheiros não é melhor. A título de pagar o aluguel do escritório político em Alagoas, o senador repassou verbas parlamentares ao seu suplente. Num outro episódio, Calheiros pediu ao Senado o reembolso de gastos com uma produtora -a Ovni Áudio Vídeo Produções-, mas a empresa nega que tenha prestado tais serviços ao congressista.

Como os dois peemedebistas insistem em manter suas candidaturas, seria razoável esperar, dadas as revelações, que parcela significativa dos parlamentares passasse a apoiar candidatos menos vulneráveis do ponto de vista ético -como o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Longe disso.

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Nem mesmo a oposição julgou ser oportuno apoiar as postulações alternativas. O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araujo (PE), afirmou que a bancada manterá o apoio ao governista PMDB, e o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que a candidatura do PSOL é "isolada". Com inimigos assim, quem precisa de amigos?

Verdade que não será a primeira vez que políticos controversos comandarão o Legislativo. O próprio Calheiros renunciou à chefia do Senado em 2007, acusado de ter despesas pagas pelo lobista de uma empreiteira. Escândalos também levaram Jader Barbalho (PMDB) e Antonio Carlos Magalhães a abdicar de seus mandatos.

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A lista não é menos extensa na Câmara. Ibsen Pinheiro (PMDB) foi cassado em 1994, Severino Cavalcanti (PMDB) renunciou em 2005 e João Paulo Cunha (PT) terminou condenado pelo STF a nove anos de prisão no processo do mensalão.

Parece que os congressistas têm uma atração quase irresistível por líderes dessa estirpe -o que, afinal, deve dizer muito sobre como eles veem a si mesmos.

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