Folha desdenha do potencial de Russomano em São Paulo

Para o jornal de Otávio Frias Filho, candidato do PRB é uma anomalia e não deverá conseguir romper a polarização natural entre PT e PSDB

Folha desdenha do potencial de Russomano em São Paulo
Folha desdenha do potencial de Russomano em São Paulo (Foto: Divulgação_Folhapress)


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247 – Ao comentar, em editorial, a pesquisa Datafolha da última semana, que apontou empate técnico entre José Serra e Celso Russomano, a Folha de S. Paulo minimizou o potencial eleitoral do candidato do PRB, considerado uma “anomalia”. Leia:

O fator Russomanno

Candidato do nanico PRB à prefeitura paulistana ainda se beneficia de sucesso na TV, mas ninguém crê que consiga romper polarização PT-PSDB

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O empate técnico entre José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) foi o dado mais inesperado da última pesquisa Datafolha.

Segundo o instituto, o tucano tem 30% das intenções de voto, contra 26% de Russomanno. Os demais candidatos a prefeito de São Paulo, como Fernando Haddad (PT) e Soninha Francine (PPS), não passam de 7%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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Desde dezembro, o pleiteante do nanico PRB avançou dez pontos nas pesquisas. Manteve, até aqui, trajetória ascendente que surpreendeu boa parcela dos analistas.

O crescimento de Russomanno vinha sendo atribuído a sua presença no quadro "Patrulha do Consumidor", que integra um programa matinal diário veiculado pela TV Record, emissora ligada ao PRB.

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A exposição do ex-deputado na TV, no entanto, terminou no final de junho. De lá para cá, sua candidatura não chegou a atrofiar-se, como se previa. Ao contrário, confirmou-se a tendência, com oscilação positiva de dois pontos.

Ainda que a boa colocação se comprove fenômeno apenas inercial, fadado a esvair-se, é preciso reconhecer que há mais vetores a influenciar essa trajetória.

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Um deles é a Igreja Universal, denominação neopentecostal que controla o PRB. Não é coincidência que Russomanno tenha seu melhor desempenho justamente entre os eleitores que declaram alguma religião evangélica pentecostal.

Outro vetor é o baixo conhecimento de Fernando Haddad. Quase metade dos paulistanos ainda ignora o candidato do PT. Por enquanto, Russomanno é quem mais se beneficiou desse fato, mas ele também tem mais a perder. Hoje, os petistas representam quase um terço de suas intenções de voto.

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Jogam a favor de Russomanno ainda outros dois fatores: a retirada da candidatura do popular Netinho (PC do B) e a baixa avaliação do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que afeta diretamente José Serra.

Contra o candidato do PRB, paradoxalmente, pesará em breve uma força decisiva -o tempo de TV. Com meros dois minutos de propaganda eleitoral, Russomanno terá menos de um terço da exposição de Serra e Haddad e metade da de Gabriel Chalita (PMDB).

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Nas eleições presidenciais de 2002, nesta mesma época do ano, Ciro Gomes, então no PPS, tinha 28% e ameaçava a liderança de Lula (PT), com 33%. No final de agosto, após o início do horário eleitoral, Ciro, com menos tempo na TV, perdeu sete pontos e nunca mais se recuperou na disputa.

Para firmar-se como alternativa à polarização PT-PSDB, Russomanno precisa sobreviver às primeiras semanas de campanha na TV. Até lá, não passará de uma anomalia.

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