Folha de S. Paulo adere ao movimento Preço Justo

Em editorial, o jornal de Otvio Frias Filho defende uma nova agenda para o Brasil, que passa pela reduo dos impostos. Essa agenda j foi lanada aqui, no 247



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Nada, além da ineficiência e da gastança do setor público, explica melhor o fato de o custo de vida aqui superar o de nações desenvolvidas.

Que misterioso mecanismo permite a uma pessoa que vive nos Estados Unidos -onde a renda per capita, de US$ 48 mil anuais, é quatro vezes a do Brasil- pagar 40% menos que um brasileiro numa cesta de 30 produtos?

O dólar baixo e o real alto explicam tamanha diferença? Afinal, quanto mais valorizada a moeda nacional, mais caro o bem comprado aqui em relação à mesma mercadoria adquirida fora -por essa razão, quando o real fica mais forte, as importações são estimuladas.

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A resposta, contudo, é negativa. Estudo do Movimento Brasil Eficiente (MBE), associação civil voltada a impulsionar a agenda da produtividade na nossa economia, mostrou que mesmo com o dólar mais valorizado, cotado a R$ 1,85, o brasileiro despende 30% a mais, em média, para adquirir o mesmo conjunto de mercadorias na comparação com sete outras nações.

O Brasil, argumenta-se, tem uma estrutura de bem-estar social -saúde, educação e previdência universais- de porte inusual para uma nação de renda média, o que encarece o custo de vida aqui. Essa é uma explicação parcial, pois de fato o custeio desses benefícios incide sobre os preços de produtos e serviços, na forma de impostos transferidos aos governos.

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Isso pode explicar um pouco da diferença com a China, por exemplo. Mas por que razão o Brasil é mais caro que França e Reino Unido, onde a rede de assistência social, além de universal, oferece serviços públicos em qualidade e volume muito superiores? A resposta recai sobre a ineficiência da nossa economia -localizada sobretudo no setor público.

União, Estados e municípios tomam da sociedade, via impostos e empréstimos, cerca de R$ 40 de cada R$ 100 produzidos ao longo de um ano. Além de haver escassa preocupação com a busca do rendimento máximo na aplicação desses recursos, o poder público investe pouco em itens como estradas, portos, ferrovias e aeroportos.

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Em resumo, a taxação e os juros altos -decorrência direta da gastança estatal- encarecem produtos e serviços no país; e a infraestrutura precária e insuficiente reforça esse fenômeno. Um exemplo bem didático virá no momento em que se explicitarem as tarifas de embarque dos aeroportos a serem privatizados pela gestão Dilma Rousseff. Décadas de baixo investimento e ineficiência da Infraero vão onerar, mais uma vez, o orçamento de famílias e empresas.

O MBE propõe que a fatia dos impostos baixe, no decurso de dez anos, para R$ 30 de cada R$ 100 produzidos. Seria um esforço considerável, embora não signifique cortes de despesas públicas -elas continuariam crescendo, mas em velocidade bem mais modesta que as portentosas taxas de hoje.

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Se o Brasil não quiser se tornar um país barato, no sentido pejorativo e definitivo do termo, terá de encarar uma agenda desse tipo. Que ao menos comece logo.

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