Folha cobra 'rigor' para que Bolsonaro não use 'novas amizades' a favor de Flávio no STF
Em editorial, a Folha de S.Paulo afirma que o pior que poderia acontecer seria Jair Bolsonaro "usar suas novas amizades no Judiciário para proteger o filho de embaraços". O novo integrante do STF, Nunes Marques, indicado pelo presidente da República e empossado na última quinta-feira, vai relatar na Suprema Corte ação contra foro de Flávio no caso da rachadinha
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247 - "A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última quarta (4) complica a situação do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, ao deixá-lo mais perto do banco dos réus", afirma a Folha de S.Paulo em editorial.
"As investigações sobre seu envolvimento com o esquema da 'rachadinha' tiveram início antes da chegada de Bolsonaro ao poder e assombram a família desde então, mas esta é a primeira vez que Flávio é alvo de acusação formal na Justiça".
O editorial apresenta as evidências de que o filho de Jair Bolsonaro cometeu graves irregularidades. "Uma ex-assessora de Flávio disse aos promotores ter sido obrigada a entregar a ele a maior parte dos vencimentos no período em que trabalhou no gabinete, reforçando a narrativa feita pela acusação".
"O Ministério Público encontrou evidências de que o senador movimentou grandes quantias de dinheiro em espécie numa loja de chocolates da qual é sócio e em negócios com imóveis, além de receber de Queiroz recursos para pagamento de despesas pessoais".
"Caberá agora aos 25 desembargadores que compõem o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio examinar a denúncia e decidir se Flávio será processado —ou se a peça será simplesmente descartada, sem abertura de ação penal".
"O TJ do Rio lhe garantiu foro especial, mantendo o caso longe da primeira instância. Uma das ações movidas contra essa decisão no Supremo Tribunal Federal terá como relator o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro e empossado na quinta (5)".
"Num momento em que Jair Bolsonaro reconstrói pontes com o Judiciário, o pior que poderia acontecer seria o presidente usar suas novas amizades para proteger o filho de embaraços. Espera-se que a Justiça examine a denúncia dos promotores do Rio com o rigor que ela merece, sem procrastinação", finaliza o editorial.
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