Fernando Brito: sucesso de Lula no JN foi muito além da audiência

'Linguagem simples, fluência verbal, didatismo e referências à memória ('o melhor presidente que o país teve')', diz o jornalista Fernando Brito sobre a entrevista do candidato

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos (Foto: Reprodução)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Os bolsonaristas – inclusive os de alto coturno – estão absolutamente perdidos diante da repercussão da entrevista de Lula e, na impossibilidade de negar o bom desempenho do ex-presidente no Jornal Nacional, agarram-se em dois argumentos: o de que a audiência foi menor (menos de 1 ponto na Grande SP, segundo dados da Kantar) e a alegação de que os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos teria, segundo eles, praticamente “lulado”.

Cada um, claro, engane-se quanto quiser e enquanto puder. A repercussão da entrevista nas redes sociais (15 milhões de menções, contra 9 milhões da de Bolsonaro e 2 milhões no dia de Ciro) mostram que o impacto foi muito maior.

E a prova, mais que numérica, é subjetiva. Gente de antilulismo à toda prova, como Merval Pereira, teve de vergar-se à realidade de que Lula saiu-se muito bem, para seu desgosto. Outros quase se derreteram, é verdade. Alguns chegavam a “caçar” pequenos senões, para “não dar bandeira”.

E era para dar, porque a linguagem foi simples, a fluência verbal, os improvisos, o didatismo e as referências à memória (“o melhor presidente que o país já teve”). E, sobretudo, o inigualável “o senhor não deve nada à Justiça”, que só se compara ao “Bolsonaro é o bobo da corte”.

A entrevista, porém, já é passado: importam agora seu desdobramentos e haja desdobramentos no dia em que se inicia a campanha no rádio e na televisão.

É como se, no primeiro minuto do jogo da propaganda de massa, fazendo dois gols: animou sua militância e foi muito bem com o público menos engajado, indeciso ou pouco engajado na disputa.

E tudo ficou pronto para Lula começar a campanha em tom suave e tranquilo, sem deixar de tocar nas questões mais emocionantes, em grande parte fora do programa de ontem.

Já Bolsonaro não tem alternativa senão a de assumir uma postura mais agressiva, que já se prenunciou hoje, no Twitter, com uma nem tão velada referência ao PCC. 

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Se havia duas versões de seu programa de estreia, uma light e outra hard, a primeira foi para o lixo.

Fala-se que ele voltará atrás de sua tendência de não participar do debate previsto para a próxima semana. Não o dou como certo, porque seus assessores morrem de medo de seu estado de nervos, péssimo.

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