Felipe Neto: quem seduz o jovem hoje é esse protofascismo louco que a gente vive
Participando de uma live sobre educação midiática nesta terça-feira (27), o influenciador Felipe Neto criticou a ausência de um discurso diferente ao de Olavo de Carvalho e seus seguidores. “Qual é o outro discurso para esse jovem? Hoje não tem", disse
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247 - Em debate promovido pelo EducaMídia nesta terça-feira (27) sobre como incentivar os jovens a terem uma relação mais crítica com as redes sociais, o influenciador Felipe Neto disse que quem atualmente aproveita a rebeldia inerente ao jovem e o seduz são os articuladores do ódio. “Eles pegam no jovem essa rebeldia, essa vontade de ser anti-sistema e trazem ele para o maior establishment de todos que é esse protofascismo louco que a gente está vivendo”, falou.
Para Felipe Neto, parte da responsabilidade é a própria ausência de um discurso diferente ao de Olavo de Carvalho e seus seguidores, que seja capaz de trazer o debate para o linguajar do jovem. “Qual é o outro discurso para esse jovem? Hoje não tem. Você tem muito pouca gente querendo falar, querendo trazer a razoabilidade educacional, discutir sobre tudo isso no linguajar do jovem”, pontuou.
Leia abaixo o trecho completo de Feipe Neto:
“Uma coisa que a gente precisa lembrar sempre: existem muitos brasileiros, muitas culturas diferentes dentro de uma única nação. Então o jovem do interior do Amapá se comporta às vezes de uma maneira diferente do jovem da capital de Alagoas ou o cara de Porto Alegre, enfim, tem muitos comportamentos culturais diferentes. É difícil a gente traçar uma definição do que é o jovem brasileiro. Mas é claro que existem fatores em comum. E aí vale para todo jovem no mundo. O jovem é por essência curioso, rebelde, desafiador, ele está passando por uma série de hormônios que levam ele por um caminho às vezes de querer questionar tudo. A gente precisa aproveitar isso. A gente precisa aproveitar essa rebeldia. Porque hoje, quem está aproveitando essa rebeldia são justamente os articuladores do ódio. Eles pegam no jovem essa rebeldia, essa vontade de ser anti-sistema e trazem ele para o maior establishment de todos que é esse protofascismo louco que a gente está vivendo. Então a gente precisa trazê-los para o debate, tirá-los desse radicalismo.
Eu tenho ouvido relatos de muitos professores que tem sido cada vez mais difícil o ambiente em sala de aula. Porque vira e mexe chega um aluno de 14, 15 anos falando ‘ah eu vi, eu sou seguidor do Olavo de Carvalho, eu acompanho tal e tal e tal’, e começa a citar esses comunicadores completamente nocivos para a sociedade, que só trabalham em cima da reverberação do ódio, da articulação do ódio, líderes de seita mesmo, e esses jovens se seduzem por esses discursos. Por que?
Porque qual é o outro discurso para esse jovem? Hoje não tem. Você tem muito pouca gente querendo falar, querendo trazer a razoabilidade educacional, discutir sobre tudo isso no linguajar do jovem. Às vezes estou participando de uma live e eu solto uma palavra um pouco mais engraçada ou mais escrachada, eu tento trazer o debate às vezes para uma coisa um pouco mais leve e eu sinto resistência.”
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