Felipe Neto quebra recordes e faz história no YouTube
Canal Parafernalha, criado pelo ator e empresário Felipe Neto, é o segundo do Brasil a ultrapassar um milhão de inscritos no site de vídeos; o primeiro, Não Faz Sentido, também foi criado por ele
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Gisele Federicce _247 – A web virou TV. Toda semana, mais de um milhão de usuários são notificados de que há um novo vídeo postado no canal Parafernalha, do YouTube. Trata-se do segundo recorde nacional quebrado pelo ator e empresário Felipe Neto, criador dos dois únicos canais brasileiros que alcançaram esse número de inscritos. O primeiro, Não Faz Sentido, foi criado em 2010 e traz críticas furiosas sobre tudo o que é tema.
O Parafernalha registra um alcance muito mais significativo, por exemplo, do que uma série de programas da maior emissora do País, a Rede Globo. A atração da jornalista Fátima Bernardes, que estreou em junho, chegou a registrar três míseros pontos na audiência, o que representa 180 mil domicílios. Na tarde desta sexta-feira 17, o canal de Felipe Neto marcava 1,8 milhão de assinantes.
Apesar de a produtora Parafernalha ser especializada em vídeos de humor, Felipe Neto não acredita que esse seja o segredo de seu sucesso. Afinal, o Não Faz Sentido tem o humor como elemento secundário, lembra ele, em entrevista ao 247. "Acho que o Não Faz Sentido cresceu justamente por se preocupar menos com o humor e mais com a opinião, mas sem deixar o humor de lado", avalia o jovem empresário.
Como se não bastasse, Felipe também é o criador da primeira rede de produtores de vídeos para o YouTube (os "YouTubers"), chamada Paramaker. E o resultado já é outro fenômeno: em menos de quatro meses, a rede soma 600 canais e contabiliza mais de 74 milhões de visualizações por mês. A motivação para criar a rede veio "do sonho de ver uma revolução no entretenimento brasileiro", nas palavras de Felipe Neto.
Leia a seguir os principais trechos da conversa que o 247 teve com Felipe Neto:
O principal segredo do seu sucesso foi usar o humor?
Não, na verdade muito pelo contrário. O "Não Faz Sentido" possui o humor como elemento secundário, grande parte dos vídeos não tem sequer uma piada e se mantém em um discurso absolutamente sério sobre determinado assunto. Acho que o "Não Faz Sentido" cresceu justamente por se preocupar menos com o humor e mais com a opinião, mas sem deixar o humor de lado.
São quantos roteiristas hoje na Parafernalha?
Hoje nós trabalhamos com três roteiristas fixos: Cézar Maracujá, Leonardo Luz e eu, mas também temos colaboradores, como o Rafael Castro. Além disso, a própria equipe acaba enviando roteiros e argumentos o tempo todo. Quando voltei a ser produtor executivo, em outubro de 2011, depois de seis meses distante, reforcei a importância do fluxo de roteiros para que pudéssemos produzir somente os projetos que considerássemos acima da média. O resultado foi imediato.
Me fale um pouco da Paramaker... por que decidiu criar a rede?
Pelo sonho de ver uma revolução no entretenimento brasileiro. Acredito que essa revolução já está acontecendo e vem da Internet. A Paramaker surge como um agente de todo esse movimento e busca incentivar os produtores profissionais de conteúdo áudio-visual da web nacional.
Já trabalhou em alguma empresa antes dos canais de vídeo?
Sem dúvida, já passei por muita coisa no mercado de trabalho e no próprio ramo do empreendedorismo. Comecei a trabalhar com 13 anos. De lá pra cá já fui vendedor de loja de produtor para camelôs, atendente de serviço de tele-mensagens, estagiário de design gráfico, professor de Adobe Flash e Design Geral para Web, diretor de arte, sócio de uma empresa de design gráfico e, hoje, empresário e ator.
Imaginou que viraria um empresário com essa "brincadeira"? Ou nunca achou que fosse brincadeira?
Quando comecei o Não Faz Sentido era tudo uma grande brincadeira, mas em pouco tempo percebi o potencial do projeto e a quantidade de coisas que ele poderia proporcionar. Contudo, nunca imaginei que as coisas aconteceriam de uma forma tão rápida. Hoje a Parafernalha é o segundo maior canal do Youtube brasileiro, sendo que o primeiro é o Não Faz Sentido. A Paramaker já mostra números surpreendentes e promete um grande avanço da internet brasileira para 2013.
Sobre essas discussões de politicamente correto que vira e mexe saem na imprensa (e no Twitter), o que acha das piadas de Rafinha Bastos, Danilo Gentili? Toma algum tipo de cuidado aos produzir seus vídeos?
Eu acho que o humor não deve ter função sócio-educativa, pois isso deve vir do convívio familiar e escolar. O humor foi feito para divertir, sem imposições. A pauta deve ser sempre a graça. Agora, quando a pauta do humor passa a ser "o que pode render manchete" ao invés de fazer rir, a coisa começa a ficar problemática. Não considero que os exemplos citados na pergunta tenham pensado dessa forma, mas é algo que acredito que se deve ter em mente. Quanto aos meus vídeos, no Não Faz Sentido penso somente no que gostaria de dizer e acredito, deixando o humor em segundo plano. Já na Parafernalha pensamos sempre em divertir primeiro.
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