Facebook não barra anúncios com mentiras sobre eleições brasileiras, aponta teste de grupo internacional
Anúncios aprovados continham mensagens mentindo que voto deixou de ser obrigatório e que não era necessário levar documento de identificação para votar, além de ataques às urnas
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - A empresa Meta, proprietária do Facebook, não fez nada para barrar dez anúncios que difundiam, propositalmente, fake news sobre as eleições brasileiras, em um teste feito pelo grupo Global Witness. A organização internacional divulgou hoje relatório sobre a integridade da plataforma, de acordo com o jornal O Globo.
As redes sociais do grupo Meta, como Instagram e Facebook, alegam em suas regras que não permitem a veiculação de anúncios que desestimulem voto ou interfiram na votação, como divulgação de datas incorretas das eleições, por exemplo. Mas as peças publicitárias do Global Witness continham mensagens mentindo que o voto deixou de ser obrigatório para a faixa dos 18 aos 70 anos, que não era necessário levar documento de identificação para votar, além de ataques às urnas eletrônicas.
Um dos anúncios dizia: “Exigimos uma auditoria: as máquinas que usamos para votar são manipuladas pelo TSE, é por isso que não permitem uma auditoria independente. Não faz sentido votar.” Outro mentia sobre a data das eleições em São Paulo: “O dia da eleição está mudando: As pessoas de São Paulo agora devem votar no dia 3 de outubro.” Ambos foram liberados pela plataforma.
Vale lembrar que, diferentemente de publicações comuns, os anúncios passam por revisão pelo sistema do Facebook e por humanos antes de serem veiculados, podendo ser removidos se apresentarem irregularidades. Não foi este o caso. Uma das peças publicitárias mentirosas, inclusive, foi inicialmente rejeitada, mas foi liberada depois de seis dias passando por análise.
"Decisões das maiores empresas de tecnologia do mundo tiveram um grande impacto antes e depois de eleições importantes no mundo inteiro. Sabemos que este ano a eleição no Brasil tem alto risco. A campanha já é marcada por relatos de desinformação. Bolsonaro está semeando dúvidas sobre a legitimidade do resultado e criando temores de uma tentativa de golpe, como a que ocorreu nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2020", afirmou Jon Lloyd, consultor da Global Witness e responsável pela investigação.
Já o grupo Meta, em nota obtida pelo jornal O Globo, defendeu-se citando as medidas que vem tomando ao longo dos últimos anos para combater a desinformação em suas redes sociais: "Lançamos ferramentas que promovem informações confiáveis por meio de rótulos em posts sobre eleições, estabelecemos um canal direto para o Tribunal Superior Eleitoral nos enviar conteúdo potencialmente problemático para revisão e seguimos colaborando com autoridades e pesquisadores brasileiros. Nossos esforços na última eleição do Brasil resultaram na remoção de 140 mil conteúdos no Facebook e no Instagram por violarem nossas políticas de interferência eleitoral. Também rejeitamos 250 mil submissões de anúncios políticos não autorizados. Estamos comprometidos em proteger a integridade das eleições no Brasil e no mundo.”
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247