Eugênio Bucci não sabe por que entrou no caso Cachoeira

Jornalista que mantém boas relações tanto com o PT quanto com jornais tradicionais e a Editora Abril, garante não ter entendido as razões de ter sido listado na decisão que queria libertar o bicheiro. Mas diz que quer esclarecê-las

Eugênio Bucci não sabe por que entrou no caso Cachoeira
Eugênio Bucci não sabe por que entrou no caso Cachoeira (Foto: Edição/247)


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Minas 247 - Causou surpresa a muita gente a inclusão do nome do jornalista Eugênio Bucci na decisão do desembargador Tourinho Neto, que queria soltar o bicheiro Carlos Cachoeira da prisão. O desembargador, como se sabe, pediu a liberdade do contraventor condicionada à proibição de manter contato com dois jornalistas: Policarpo Júnior, diretor da sucursal brasiliense da revista Veja; e o próprio Bucci, ex-presidente da Radiobrás e articulista do O Estado de S. Paulo.

Bucci, no passado recente, era ligado ao PT. Formado em jornalismo pela USP, foi editor da revista Teoria e Debate, publicação mensal do partido. Antes de, no governo Lula, chegar à Radiobrás, o jornalista foi diretor de redação das revistas Set, Superinteressante e Quatro Rodas, além de secretário editorial da Editora Abril. Tem boa relação com o dono da Abril, Roberto Civita.

Talvez dessa relação tenha vindo a citação de seu nome no despacho do desembargador Tourinho Neto - que só não se consolidou porque outra decisão impediu a libertação de Cachoeira. Talvez. Nem o próprio jornalista Eugênio Bucci sabe bem o motivo. Pelo menos é o que ele disse ao blogueiro Renato Rovai, editor da revista Fórum. Em rápida entrevista, ele diz acreditar que houve engano na lista do desembargador. E que não pretende defender-se na Justiça, mas quer esclarecer as coisas.

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Leia a entrevista de Bucci com Rovai:

Você foi citado no Habeas Corpus do Carlinhos Cachoeira pelo desembargador Tourinho Neto, como pretende reagir a isso? De que forma vai se defender?

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Até agora, tenho boas razões para acreditar que houve um engano na hora da confecção da lista que consta da decisão do desembargador. Não penso exatamente em “fazer a minha defesa”, pois não estou sendo acusado de nada. Quero, sim, que isso seja esclarecido. Confio na Justiça e, como não há nenhum elemento de fato ou de direito que me vincule a esse escândalo (nunca, em nenhum episódio, houve qualquer referência ao meu nome, nem mesmo indiretamente), só posso acreditar que houve um equívoco e que esse equívoco será corrigido.

Em algum momento você teve contatos com o senador Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira ou cooperou em algo para matérias publicadas na revista Veja assinadas pelo jornalista Policarpo Jr. e que foram produzidas a partir de informações oriundas da organização que participam?

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Não tive contatos com eles, nem com outros listados lá. Insisto: não há nenhuma ligação entre mim e essas pessoas, essas organizações e seus negócios. Além disso, nunca tive parte em nenhuma investigação jornalística a respeito do assunto, em qualquer veículo jornalístico. Nada. Escrevo artigos de opinião na revista Época e no jornal O Estado de S. Paulo, e nunca participei de nenhuma reportagem sobre esse tema. Daí, também, a minha impressão de que houve um equívoco no momento da redação da decisão judicial em que sou citado.

Na sua função de consultor editorial da Abril questões como essa do caso Cachoeira são tratadas com Roberto Civita, o presidente do grupo?

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Aqui há algo que devo esclarecer. Não sou consultor editorial da Abril. Além de ser professor na ECA-USP, em regime de tempo parcial, eu dirijo um Curso de Pós Graduação em Jornalismo na ESPM, e esse curso é realizado a partir de uma parceria entre a escola, a ESPM, e o IAEJ (Instituto de Altos Estudos em Jornalismo), criado e liderado por Roberto Civita. Tenho vínculos com a ESPM e com o IAEJ, mas não exerço nenhuma função na Abril. Já fui funcionário da Abril, no passado. Eu me desliguei da Editora Abril em 2001. Quando saí, eu era Secretário Editorial. Na Veja, eu fui repórter entre 1985 e 1986 e, mais tarde, fui colunista, entre 1996 e 1998. Foi só.

A divulgação do seu nome nesse Habeas Corpus já lhe criou algum problema?

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Claro que sim. Causou tristeza, embaraço, aborrecimento, dor moral. Embora eu não esteja sendo acusado de nada, a simples presença do meu nome nessa lista cria constrangimento para mim, meus amigos, meus familiares, para todos aqueles com quem tenho laços profissionais e pessoais, pois lança no ar a suspeita de que eu teria algo a ver com todo esse escândalo. E não tenho. Por enquanto, eu só queria entender por que, afinal, o meu nome foi aparecer ali. E, repito, eu tenho certeza de que a boa fé e a transparência haverão de prevalecer.

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