Estadão participou do levante fascista no Brasil de 1938 e no golpe de 1964

Jornal paulista que acusa Lula (PT) de não ser “republicano” tem histórico golpista, que vai do integralismo, fascismo brasileiro, ao golpe contra Dilma em 2016

(Foto: Reprodução)


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Juca Simonard, 247 - O jornal O Estado de S.Paulo, tradicional órgão da burguesia paulista, aproveita o ano eleitoral para todo domingo escrever um editorial contra o ex-presidente Lula e o PT — que já foram acusados de serem ‘antidemocráticos’, burocráticos, entre outras acusações. Neste domingo, Lula foi acusado de não ser republicano.

“Tanto na oposição como no governo, a legenda de Lula nunca quis um Estado verdadeiramente republicano. Sempre foi contrária a toda e qualquer modernização, a toda e qualquer melhoria institucional que pudesse contribuir para a independência dos órgãos técnicos”, diz o editorial.

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As declarações, vindas do jornal, são, no mínimo, cínicas. O ‘Estadão’ tem um histórico antigo de apoio a golpes de Estado e medidas ‘antirepublicanas’ e ‘antidemocráticas’. Começando com o ano de 1938, quando a Associação Integralista Brasileira (AIB), partido fascista inspirado no ditador italiano Benito Mussolini, promoveu um levante para derrubar o governo de Getúlio Vargas, que havia fechado o regime com o Estado Novo, em 1937.

A enciclopédia de verbetes da Fundação Getúlio Vargas destaca que o plano golpista do integralismo “articulava o general Castro Júnior e o grupo civil, integrado pelo proprietário de O Estado de S. Paulo, Júlio de Mesquita Filho, [...]”.

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A atuação da família Mesquita na tentativa de golpe fascista em 1938 é corroborada pelo site oficial do integralismo brasileiro. Explicando sobre o movimento liderado por Plínio Salgado, chefe dos fascistas brasileiros, o artigo ressalta que os “integralistas se articulavam com o General Flores da Cunha, em seu exílio no Uruguai, e com o grupo do Sr. Júlio de Mesquita Filho, na Capital Paulista”.

O Estado de S.Paulo também foi ativo na campanha golpista contra Getúlio Vargas na década de 1950, participando ativamente da campanha contra a nacionalização do Petróleo brasileiro, ponto central da política do governo na época através da campanha “O Petróleo é nosso”. 

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Como bem lembrou Lula em entrevista à imprensa progressista e independente no dia 19 de janeiro deste ano: "como não queriam deixar, em 53, que a gente tivesse petróleo, porque era melhor, diziam na época, importar dos Estados Unidos. É só pegar o editorial do Jornal O Estadão da época. Você pensa que o Estado é conservador agora que ele está pequenininho? Não, ele era conservador na época já, em 53”.

O 'Estadão' também defendeu o golpe militar de 1964 contra o governo de João Goulart. Defendeu a imposição da ditadura mais brutal que o País já conheceu, que cassou direitos políticos e colocou o Brasil na mão de torturadores e assassinos por mais de 20 anos.

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Estadão-golpe-64

Na história recente do Brasil, o Estado de S.Paulo fez parte do cartel da imprensa golpista — denominado de Partido da Imprensa Golpista (PIG) pelo jornalista falecido Paulo Henrique Amorim — para derrubar Dilma Rousseff através do impeachment sem crimes de responsabildiade, portanto, ilegal, como reconheceu recentemente o presidente do Tribunal Superio Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.

Desta forma, participou também da campanha que impulsionou a Lava Jato e o ex-juiz, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Sergio Moro, para prender Lula sem provas e com a participação dos Estados Unidos (EUA). Provavelmente o maior crime de lesa a pátria dos últimos anos no Brasil, a Lava Jato prendeu opositores políticos à mando de uma nação estrangeira, destruiu a economia brasileira, jogou milhões de trabalhadores no desemprego e colocou no governo o fascista Jair Bolsonaro (que o 'Estadão' apoiou em 2018 no editorial “Uma escolha muito difícil”).

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Antes do ‘Estadão’ criticar a suposta falta de democracia dos outros, deveria olhar para sua própria história, repleta de golpes, apoio a fascistas e torturadores, e em defesa dos interesses do imperialismo contra o Brasil.

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