Estadão critica Barroso por falar demais e ter síndrome de celebridade

Ministro disse que ajudou a derrotar o bolsonarismo em evento na UNE

Luís Roberto Barroso
Luís Roberto Barroso (Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)


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247 – O comportamento do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante sua participação em um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) no último dia 12, levantou questionamentos sobre sua responsabilidade e imparcialidade. Segundo editorial do jornal Estado de S. Paulo, a atitude do ministro, que deveria ter declinado do convite devido à natureza eminentemente política do evento, revelou uma postura incompatível com a necessidade de os juízes serem vistos como imparciais pela sociedade.

O editorialista argumenta que, ao aceitar o convite, o sr. Barroso já havia cometido uma imprudência, mas sua situação piorou quando decidiu fazer um discurso. Como juiz do Supremo, suas palavras podem ser interpretadas como simpatia ou antipatia por determinados políticos, lembrando que são os ministros do STF que julgam casos envolvendo políticos. Infelizmente, o sr. Barroso cometeu a irresponsabilidade de se vangloriar por ter "derrotado o bolsonarismo", o que chocou a audiência e causou um impacto significativo.

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O jornal prossegue alegando que, diante da repercussão negativa, o sr. Barroso tentou se justificar, alegando que foi mal compreendido, ignorando assim as interdições éticas impostas aos magistrados. Além disso, ele tentou responsabilizar a audiência pela confusão, ao invés de reconhecer seu erro evidente. Considerando que o sr. Barroso presidirá o julgamento de alguns processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, líder do "bolsonarismo" que o ministro afirma ter derrotado, é crucial que ele se retrate de forma adequada e transparente.

"O lamentável dessa situação é que o comportamento inadequado do sr. Barroso não é um fato isolado. Parece existir uma cultura no STF na qual alguns ministros se consideram celebridades nacionais, prontos para comentar sobre os mais diversos aspectos da vida do país. Essa postura ignora uma das regras mais básicas da magistratura: o juiz fala apenas nos autos. A violação constante dessa norma transformou o silêncio, que deveria ser a conduta habitual de todos os ministros, em algo extraordinário", aponta ainda o jornal.

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