Entrevista de Rodrigo Maia visa humilhar o PT, diz Breno Altman
"Quando Maia afirma que a disputa da presidência da Câmara é 'ensaio para a eleição presidencial de 2022', fica claro que seu real inimigo não é Bolsonaro, mas o PT e o conjunto da esquerda", destaca o jornalista
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247 - Jornalista e editor do site Opera Mundi, Breno Altman analisou pelo Twitter nesta terça-feira (29) a entrevista do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, à Folha de S. Paulo publicada na noite de segunda-feira (28).
Além de afirmar que a aliança na Câmara contra o candidato bolsonarista a presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), é um "ensaio" para uma união de centro-direita em 2022, Maia deixou claro, segundo Altman, que seu inimigo real não é Bolsonaro, e sim o PT.
Para o jornalista, o PT ainda tem tempo para abandonar a aliança com o grupo de Maia no Congresso.
"A entrevista de Rodrigo Maia na Folha de S.Paulo reflete sua estratégia de subordinar a esquerda à oposição de direita. Diz que não haverá nenhum acordo sobre pauta, reafirma a agenda neoliberal e coloca a centro-direita como 'vanguarda' de um bloco contra Bolsonaro. E tudo bem? Há setores da esquerda, felizmente minoritários no PT, que se rejubilam com uma tal 'frente ampla' na qual as cartas são dadas por Doria e Maia. Acham o máximo de suas vidas serem convidados a entrar pela porta dos fundos nessa festa organizada pela oposição de direita. Ainda há tempo para o PT pular desse barco furado, o bloco do Maia. A entrevista do presidente da Câmara na Folha não deixa dúvidas: além de querer humilhar o principal partido de esquerda, seu jogo é colocar o campo progressista como linha auxiliar da oposição de direita. A oposição de direita luta pela presidência da Câmara com os olhos em 2022. Não tem a ver com retirar Bolsonaro ou aceitar uma agenda menos conservadora. Quer controlar o parlamento para fazer da corrida presidencial uma disputa entre as duas alas do campo conservador. Quando Maia afirma que a disputa da presidência da Câmara é 'ensaio para a eleição presidencial de 2022', fica claro que seu real inimigo não é Bolsonaro, mas o PT e o conjunto da esquerda. Tudo o que deseja é tirar o campo progressista do palco principal da luta pelo poder", afirmou o jornalista.
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