Entrada da primeira-dama na campanha presidencial visa tirar o foco dos erros do governo Bolsonaro, diz Maria Cristina Fernandes
“É com expressões como 'feliz é a nação cujo Deus é o senhor' que Michelle 'normaliza' o marido, o 'perdoa' e convoca o eleitor que o rejeita a fazer o mesmo”, diz a jornalista
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247 - A jornalista Maria Cristina Fernandes observa, em sua coluna no jornal Valor Econômico, que a entrada da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) tem como objetivo “tirar do foco do eleitor o que o governo fez”. “Sai a condução criminosa da pandemia, entra a busca pela reeleição 'por um propósito de libertação, de cura para nosso país'. Sai a liberalização irresponsável de armas, entra o homem “meio sem noção com o celular”. Sai o golpista inveterado, entra o presidente que é guiado pelo divino para ocupar a cadeira que era do demônio”, destaca.
“É com expressões como “feliz é a nação cujo Deus é o senhor” ou “o senhor tem o controle de todas as coisas”, além do verbo no imperativo (“Jair Messias Bolsonaro, sê forte e corajoso”), que Michelle “normaliza” o marido, o “perdoa” e convoca o eleitor que o rejeita a fazer o mesmo”, completa a colunista.
A jornalista também ressalta que “a quase totalidade das críticas a Michelle nas redes é uma reação à sua entrada na campanha. É quase nula a exploração sobre fatos pregressos, a começar pelos cheques totalizando R$ 89 mil do ex-assessor Fabrício Queiroz na sua conta”.
“Se o passado de Michelle se manterá blindado, o mesmo não se pode dizer dos deslizes que protagoniza no presente. A sustentação desse conto de fadas já trincou em duas oportunidades o preconceito contra as religiões de matriz africana e a associação com um assassino confesso”, observa Maria Cristina Fernandes.
Ainda segundo ela, “se os deslizes contêm o avanço de Bolsonaro sobre o eleitorado feminino de outras religiões, parece ter cumprido parte do objetivo a que se destina a modelagem de Michelle: evitar a reconversão em peso das mulheres evangélicas ao candidato que elegeram Lula em 2002 e 2006”.
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