Em editorial, O Globo exige que Bolsonaro dê explicações sobre escândalo da Covaxin
Jornal da família Marinho afirma que "os descaminhos para a compra da Covaxin levam inevitavelmente ao gabinete de Jair Bolsonaro, que tem muito a explicar"
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247 - Em editorial publicado neste sábado, o jornal O Globo diz que são a cada dia mais frágeis os argumentos do governo para justificar o contrato de R$ 1,6 bilhão para importar a Covaxin, vacina mais cara entre todas as compradas pelo Brasil.
"Apesar do tumulto provocado pelos senadores governistas na sessão de ontem da CPI da Covid, o depoimento do servidor Luis Ricardo Miranda, chefe do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, e de seu irmão, o deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF), trouxe detalhes novos que confirmam as suspeitas. Apresentaram evidências de vários alertas ao presidente Jair Bolsonaro sobre as irregularidades, como Luis Ricardo denunciara em entrevista ao GLOBO. Ele reiterou que, em encontro no dia 20 de março no Alvorada, Bolsonaro se comprometeu a encaminhar o caso à PF".
"Tudo é estranho no caso Covaxin. Como revelou O GLOBO, cada dose foi encomendada por R$ 80,7, o quádruplo do valor pago pela AstraZeneca. Em contraste com o procedimento-padrão, a negociação foi feita com um intermediário, a Precisa Medicamentos, não com o laboratório Bharat Biotech. O pedido de antecipação de doses veio em nome de outra empresa, a Madison Biotech, que nem consta do contrato. Bolsonaro se empenhou pessoalmente na negociação, apelando ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi".
"Os descaminhos para a compra da Covaxin levam inevitavelmente ao gabinete de Jair Bolsonaro. O governo tem muito a explicar", enfatiza o editorial.
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