Em editorial, jornal Humanité destaca a importância de ouvir a voz dos prefeitos numa França que está em chamas

Por falta de ação, a França está pegando fogo, diz o editorial

Distúrbios e confrontos com a polícia na França após assassinato de um adolescente em Nanterre REUTERS/Gonzalo Fuentes
Distúrbios e confrontos com a polícia na França após assassinato de um adolescente em Nanterre REUTERS/Gonzalo Fuentes (Foto: GONZALO FUENTES)


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247 - “Se soubéssemos ouvir os prefeitos, ninguém ficaria surpreso com o que está acontecendo atualmente”, escreve o jornal Humanité, em editorial. “Aqui estão os eleitos locais que muitas vezes têm tantos problemas para administrar quanto pouca glória para obter de seu cargo, sem mencionar um sentimento duradouro de abandono e surdez do Estado. No entanto, estes eleitos conhecem os problemas dos cidadãos no mais próximo possível do seu quotidiano. Não podem contentar-se com cifras e tabelas que fazem as delícias dos ministérios passados ​​sob as forquilhas por onde passa a tecnocracia neoliberal”.

De acordo com o tradicional jornal dos comuistas franceses, “os eleitos de bairros populares e áreas rurais há muito alertam para a situação explosiva do país, minado pela precariedade e pela discriminação”. E enfatiza: que mesmo antes “de o barril explodir, ele estava cheio há décadas e mais uma vez, os prefeitos não foram ouvidos”. 

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O editorial alerta: “E ainda cabe a eles vir, fisicamente, tentar evitar os estragos da violência que muitos jovens, ao atacar os serviços públicos, na verdade se voltam contra si mesmos. Essas instalações, os municípios tiveram que lutar para construí-las, mantê-las e operá-las para construir, passo a passo, fins de igualdade republicana. Porque, muito mais do que na boca de dirigentes políticos que tanto falam e tão pouco praticam, muitas vezes é em concelhos audaciosos que a República se constrói dia a dia. Mais uma vez, o Humanité dá a palavra a estes “mediadores e socorristas de uma República espremida, fraturada, estilhaçada”. Responder aos seus apelos com ações a favor do desenvolvimento dos serviços públicos locais, do tecido associativo, do emprego teria sido a prova real do `apaziguamento` decretado pelo Chefe de Estado para pôr termo ao conflito previdenciário. Por falta de ação, ele está pegando fogo. Nunca é tarde para fazer a coisa certa”.

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