Em Brasília, Polícia investiga metroviários do Facebook
Agentes levantam informaes sobre autenticidade de pginas de relacionamento de pilotos que planejavam colocar 29 trens para circular ao mesmo instante nas linhas; greve no Distrito Federal j completa 15 dias
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Naira Trindade_Brasília247 – Agentes da secção de investigação criminal da 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga, investigam os 16 metroviários acusados de planejar uma sabotagem no metrô do Distrito Federal em diálogo no site de relacionamento Facebook. Segundo a delegada-chefe da 21ª DP, Vera Lúcia da Silva, somente ao término das investigações será possível saber se haverá abertura de inquérito. A greve dos metroviários completa hoje quinze dias.
Os policiais checam, neste primeiro momento, se as páginas do Facebook são realmente de servidores da Companhia do Metropolitano. Se acharem necessário, os agentes podem convocar os 16 funcionários envolvidos no diálogo para prestar depoimento na delegacia. “É preciso saber se não era uma simples brincadeira ou se realmente se trata de um plano de sabotagem”, explicou a delegada Vera Lúcia, sem querer dar mais detalhes.
A conversa dos servidores do Metrô teve início às 13h47 de quarta-feira (21) quando um piloto da companhia comentou em sua página de relacionamento na internet a necessidade de intensificar a greve dos metroviários – que já dura 15 dias – provocando uma pane no sistema. A troca de mensagens foi divulgada pelo jornal Correio Braziliense.
O homem, que se identifica como funcionário da companhia, comenta no perfil de amigos a possibilidade de colocar 28 ou 29 trens nas linhas do metrô, causando, assim, uma verdadeira paralisação. “A via não vai suportar, aí seria uma paralisação total e ainda amparada pela lei. O que vocês acham?, pergunta aos amigos.
A conversa rendeu 120 comentários. Dentre eles, 15 pessoas também se identificam nos perfis pessoais como funcionários da companhia. Os planos eram colocar a “mega operação” em prática na sexta-feira (23). “Será muito sacrifício, mas valerá à pena. Teremos apoio da população e daremos prejuízo ao Metrô”, comenta outro usuário do Facebook. Essas conversas foram apagadas pelos usuários na noite sexta-feira (23).
Para a delegada Vera Lúcia, a situação não é tão clara como um flagrante e, por isso, precisa de uma apuração mais detalhada. “Os agentes têm autonomia para investigar as denúncias como quiserem e, ao final, me darão um relatório, qual vou me basear para saber se abro ou não um inquérito policial”, diz. Não há um prazo legal para essa apuração, que pode levar dias, meses e até anos, segundo ela.
Além da polícia, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios também deve apurar as denúncias de sabotagem no sistema do metrô. O pedido de investigação foi protocolado na quinta-feira (22), mas como o Judiciário está em recesso, as investigações devem começar somente em janeiro. Até lá, os 16 pilotos envolvidos no diálogo continuam suspensos do cargo.
A Companhia do Metropolitano acha conveniente mantê-los afastados do trabalho por medida de segurança. No entanto, até que se comprove que as páginas no site de relacionamento são mesmo dos funcionários e não perfis falsos para prejudicá-los, a companhia não vai cortar os salários dos pilotos.
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