Elio Gaspari: Bolsonaro e Ciro Nogueira não entenderam a carta pela democracia

"Bolsonaro e Nogueira estão num palácio onde algum efeito sobrenatural tem a capacidade de distorcer a percepção da realidade", aponta

Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro
Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)


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247 - “Jair Bolsonaro e o doutor Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil da Presidência, disseram que o manifesto da carta em defesa da democracia era coisa de banqueiros ressentidos pela popularização do Pix”, escreve Elio Gaspari em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo.

“Seria ingenuidade supor que eles não entendem de banqueiros ou de política. Bolsonaro e Nogueira estão num palácio onde algum efeito sobrenatural tem a capacidade de distorcer a percepção da realidade. No palácio nada é o que é. Se cai um meteorito no Pará, isso pode ter sido jogada de alguma ONG.”, aponta.

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Gaspari sugere que “que Nogueira e seus colegas palacianos relessem o que escreveu o falecido Serviço Nacional de Informações, analisando a cena do Largo do São Francisco”, veja o texto completo abaixo:

"A Carta aos Brasileiros

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A leitura da ‘Carta aos Brasileiros’ feita pelo Professor Goffredo da Silva Telles, dia 8 de agosto de 1977, no pátio interno da Faculdade de Direito da USP, como parte dos festejos comemorativos do sesquicentenário da implantação dos cursos jurídicos no Brasil deu a impressão, à primeira vista, de que se tratava de um ato oficial organizado pela direção da Faculdade, em comemoração a mais um aniversário de sua fundação.

Na verdade, o documento em apreço, de mera conotação política, não teve apoio maciço da Congregação da referida Academia de Direito, senão de minoria inexpressiva, conquanto ativa. 

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É da entrevista do diretor da Faculdade a afirmação: ‘A leitura (da Carta) era um ato político e pessoal do professor Goffredo e, por isso, a permissão para uso do salão só poderia ser dada pela Congregação, mas o pedido não foi feito’.

A ‘Carta aos Brasileiros’ está recebendo a adesão de professores de outras escolas de direito e de muitos advogados de São Paulo e de outros estados. No entanto, ela não está merecendo a adesão irrestrita e nem sensibilizou a opinião pública, como esperavam seus autores. Alguns políticos de conhecida formação liberal se recusaram a assiná-la, sob os mais variados argumentos. (...) O presidente seccional da OAB em São Paulo deixou de assinar a ‘Carta’ por considerá-la um documento elaborado por iniciativa isolada."

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O SNI não havia entendido nada. O negócio daquela Carta, como a de hoje, era a democracia.

Como ensinou Mark Twain, a história não se repete, mas rima.

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