Eliane: embargos infringentes perderam força

Colunista da Folha avalia que, "se, no segundo dia e analisando embargos declaratórios (que são quase burocráticos), o clima já foi de guerra" no STF, "imagine-se se o julgamento durar meses e invadir o ano eleitoral analisando embargos infringentes (que podem mudar tudo)"

Colunista da Folha avalia que, "se, no segundo dia e analisando embargos declaratórios (que são quase burocráticos), o clima já foi de guerra" no STF, "imagine-se se o julgamento durar meses e invadir o ano eleitoral analisando embargos infringentes (que podem mudar tudo)"
Colunista da Folha avalia que, "se, no segundo dia e analisando embargos declaratórios (que são quase burocráticos), o clima já foi de guerra" no STF, "imagine-se se o julgamento durar meses e invadir o ano eleitoral analisando embargos infringentes (que podem mudar tudo)" (Foto: Gisele Federicce)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - A atitude de Joaquim Barbosa contra Ricardo Lewandowski durante o julgamento da Ação Penal 470 pode ter sido uma estratégia premeditada - uma forma de mostrar o que pode acontecer caso o julgamento não acabe com os culpados na prisão. Essa é a avaliação da colunista da Folha de S.Paulo Eliane Cantanhêde. Para ela, os embargos infringentes perderam a força depois do atrito.

Leia seu artigo:

Aos leões

continua após o anúncio

Com o grave atrito entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, perde força a hipótese de o STF acatar os embargos infringentes, que significam recomeçar o julgamento praticamente do zero e a possibilidade de reduzir penas e de trocar o regime fechado por semiaberto em alguns casos, como o de José Dirceu, estrela do processo.

Lewandowski errou no conteúdo e Barbosa errou na forma. Um por forçar a barra para reabrir uma questão já decidida e que, reaberta, poderia favorecer Dirceu. O outro por extrapolar na reação.

continua após o anúncio

Extrapolou tanto --falando até em "chicana", termo gravíssimo no mundo jurídico-- que deixou uma dúvida: seria estratégia premeditada para mostrar o que pode acontecer no Supremo caso o julgamento não acabe logo e com os culpados na prisão?

Se, no segundo dia e analisando embargos declaratórios (que são quase burocráticos), o clima já foi de guerra e de imprudência, imagine-se se o julgamento durar meses e invadir o ano eleitoral analisando embargos infringentes (que podem mudar tudo). O grande derrotado poderia ser a instituição, exposta, dividida e sob a ameaça de os protestos se voltarem contra ela.

continua após o anúncio

Há, porém, um novo equilíbrio no plenário e tudo pode acontecer. Na primeira fase do julgamento, Barbosa puxava a maioria, e Lewandowski e Dias Toffoli pareciam isolados. Agora, eles têm reforço dos novatos Teori Zavascki e Luís Barroso.

Num balanço informal, três ministros são decididamente contra acatar os infringentes, a começar de Barbosa; quatro são a favor, inclusive Zavascki e Barroso; e quatro não deram pistas sobre seu voto, apesar da sensação de que Cármen Lúcia não apoia começar tudo de novo.

continua após o anúncio

São 11 juízes numa arena, diante de decisões dificílimas e acossados por milhões de pessoas que veem o julgamento como um divisor de águas entre o Brasil de antes e de depois do mensalão.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247