Editorial do Estadão escancara fixação contra Lula, diz Nassif

Para o jornalista, "é importante a crítica ao presidencialismo de coalizão". "Mas espera-se um mínimo de racionalidade e de honestidade intelectual", destaca

Nassif e Lula
Nassif e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Ricardo Stuckert)


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247 - O jornalista Luis Nassif observa que o jornal O Estado de S. Paulo escancarou sua fixação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao publicar um editorial, em sua edição desta terça-feira (22), com base em um “artigo de ontem, de Carlos Pereira, tendo por base estudos dele, de Marcus Mello e Frederico Bertholini, militantes midiáticos do antilulismo”.  “Está certo que um artigo de jornal não tem a abrangência da tese completa. Mas espera-se que sintetize os pontos centrais da tese, ainda mais se são do mesmo autor”, ressalta o jornalista no Jornal GGN.  

“No primeiro parágrafo, percebe-se a métrica utilizada: ‘Trata-se de uma falácia, por dois motivos: primeiro porque Lula não tem agora, como não teve no passado, grandes reformas a propor – ao contrário, ele já avisou que não as promoverá. Depois, porque os dados desmentem o mito do grande articulador’.Ou seja, bom administrador é o que cede ao mito das ‘reformas’”, diz Nassif. 

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“No governo Lula surgiram o Prouni, a expansão os institutos federais, as políticas de financiamento dos pequenos produtores, regras para preferências às Pequenas e Micro Empresas nas compras públicas, as obras de água para o Nordeste, o programa Luz para Todos, uma soma de políticas que, pela primeira vez, reduziu as desigualdades e tirou o Brasil do Mapa da Fome. Além de dar passos relevantes para tratar a previdência dos funcionários públicos. Mas os autores sentenciaram que Lula não tinha grandes reformas a propor”, avalia. 

Ainda segundo ele, “a segunda métrica define que a efetividade das gestões presidenciais depende de: congruência ideológica; grau de poder; recursos compartilhados com aliados. Em cima desses critérios, o trabalho chega a resultados fantásticos”. “Compara gastos orçamentários e execução de emendas parlamentares entre FHC e Lula, sem considerar o estado da economia nos dois períodos: com FHC, uma média de crescimento do PIB claramente inferior ao período Lula. Há uma regrinha simples: em circunstâncias normais mais dinheiro no orçamento permite mais emendas, e vice-versa”, observa o jornalista.

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Nassif diz que “outra conclusão fantástica foi a de que a coalizão de Lula foi ‘mais distante das preferências do Congresso’ do que, por exemplo, as de Michel Temer. Ora, há um conflito permanente entre as preferências do Congresso e do Executivo. Quanto mais fraco o Executivo, mais concessões serão feitas ao Congresso. Pelo critério dos ilustres pesquisadores, o presidente que mais se aproximou das preferências do Congresso foi Bolsonaro, que terceirizou o orçamento, deu tudo o que o Congresso exigiu”.

“Libertar-se do paroquialismo das demandas do Congresso, para impor seu próprio programa; gastar apenas 30% das emendas com aliados é, pela métrica inacreditável dos cientistas, sinal de ineficiência política. É importante a crítica ao presidencialismo de coalizão, a crítica correta a Lula, Dilma, assim como a FHC e Temer. Mas espera-se um mínimo de racionalidade e de honestidade intelectual”, finaliza.

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