Economist já prevê o fim do bolsonarismo

Revista britânica The Economist, uma das mais influentes publicações do Reino Unido, destaca que os fracos resultados dos candidatos apoiados por Jair Bolsonaro nas eleições municipais deste ano no Brasil podem representar o fim do bolsonarismo no país

(Foto: Alan Santos/PR | Reprodução)


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247 - Uma das mais influentes publicações do Reino Unido, a revista The Economist destaca que os fracos resultados dos candidatos apoiados por Jair Bolsonaro nas eleições municipais deste ano no Brasil, além da não reeleição de seu principal aliado internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão levando muitos analistas políticos a escrevem o “obituário político” do ex-capitão. Apesar de considerar que a chegada de Bolsonaro ao poder “foi, de certa forma, uma aberração”, a revista britânica  ressalta que “mesmo assim, seria um erro descartar suas chances de um segundo mandato”.

No texto, a revista britânica diz que “Bolsonaro despreza a democracia e seus controles e equilíbrios, encheu seu governo de militares, diz coisas ofensivas sobre gays, feministas e negros brasileiros, favorece a posse de armas e menospreza tanto o Covid-19 quanto a mudança climática”. “Como presidente, Bolsonaro fortaleceu ideólogos de extrema direita, perseguiu a polarização e quase se autodestruiu. Seis meses atrás, em meio ao aumento da tensão causada pela pandemia, acusações de corrupção contra um de seus filhos e ameaças de impeachment, ele quase ordenou às Forças Armadas o fechamento do Supremo Tribunal Federal”, destaca a reportagem. 

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A avaliação é que o “caminho mais provável para um segundo mandato passa por cimentar sua aliança com o Centrão, que se saiu bem nas eleições municipais. Suas tentativas de criar seu próprio partido político, anunciadas há um ano, ainda não deram frutos. Uma aliança com o Centrão o tornaria um militante muito menos confiável contra a corrupção e a classe política. Mas ofereceria o tipo de máquina política que historicamente ajudou a ganhar as eleições brasileiras – útil, já que as mídias sociais sozinhas provavelmente não lhe darão essa vantagem competitiva duas vezes”.  

Para a revista, “o grande problema para Bolsonaro é a economia. O auxílio emergencial ajudou o país a evitar uma recessão mais profunda. Mas por quanto tempo o governo pode sustentá-lo? A dívida pública ruma para 100% do PIB. Mesmo com as taxas de juros baixas, esse é um número grande para um país com histórico de inadimplência e inflação. A recuperação econômica pode ser lenta e a austeridade parece inevitável no próximo ano. A renda per capita já caiu abaixo do nível de 2010. Muitos brasileiros estão sofrendo. O som e a fúria nacionalistas não pagam as contas. Bolsonaro permanece hoje um candidato competitivo. Mas em 2022 os brasileiros podem ser menos receptivos a ele do que eram em 2018”.

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