‘É preciso recriar no Brasil um pólo socialista’, aponta Altman
“Há uma fortíssima crise dos partidos centristas no Brasil, esse setor político está enfraquecido. Então este é o momento da polarização, porque quem confiava nas forças centristas está sem saber para onde ir, e você precisa isolar, desmascarar o que a ultradireita representa e seus cúmplices”, disse o jornalista à TV 247. Assista
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247 - O jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi, defendeu na TV 247 a recriação de um polo socialista no Brasil para travar uma “disputa político-ideológica” no país. Para ele, o cenário político brasileiro atual exige que a esquerda radicalize seu discurso para atrair os eleitores de centro, aproveitando a crise que está em curso entre os partidos deste campo.
Com a estratégia, o jornalista disse que a esquerda também terá a tarefa de evidenciar ao povo os reais interesses da direita, que pretende herdar os votos da extrema direita bolsonarista. “Há uma fortíssima crise dos partidos centristas no Brasil, da direita neoliberal à centro-esquerda, esse setor político está enfraquecido. Então este é o momento da polarização, porque quem confiava nas forças centristas está sem saber para onde ir, e você precisa isolar, desmascarar o que a ultradireita representa e seus cúmplices. A esquerda não pode permitir que a direita neoliberal seja herdeira do eventual desgaste da ultradireita. Por isso o enfrentamento tem que ser radicalizado, para deixar claro ao povo o que representa o Bolsonaro e essa oposição fajuta da direita neoliberal. Precisa recriar no Brasil uma identidade de esquerda, algo que o [Bernie] Sanders disse nos Estados Unidos e que para o Brasil vale 100 vezes mais: precisamos recriar um polo socialista para a disputa política-ideológica”.
Segundo Altman, a tática da polarização tem base empírica e foi adotada no Brasil em 2018, “basta ver o que fez o bolsonarismo, com sucesso”. “Quando o eleitorado foi para a esquerda, esvaziando o centro, foi neste cenário que a ultradireita fez sua aposta na radicalização do enfrentamento político-ideológico. E por que fez isso? Porque quando você tem um deslocamento que esvazia o centro, é neste ambiente que quem está em um dos polos tem maior capacidade de atração. Quando o centro está forte, opera na política um fenômeno semelhante ao da física, operam as forças centrípetas, ou seja, atrai para o centro. É muito difícil a vida nos extremos, na esquerda e na direita, quando o centro está forte, porque o centro, ao controlar a vida política, esvazia o discurso de atração da direita e da esquerda. Quando o centro entra em crise, é o momento da polarização”.
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