Depois de esconder caso Serra, mídia corporativa esconde caso Alckmin
A mídia corporativa continua onde sempre esteve, como instância tucana da imprensa brasileira. Depois de esconder o caso José Serra no dia seguinte à denúncia de seu envolvimento com lavagem de dinheiro, agora faz o mesmo com Geraldo Alckmin, o “santo” das planilhas da Odebrecht, indiciado nesta quinta-feira por lavagem de dinheiro, caixa dois e corrupção passiva
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247 - A mídia corporativa repete com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin o que fez com o senador José Serra, também ex-governador tucano do Estado, e esconde seu caso um dia depois do indiciamento por lavagem de dinheiro, caixa dois e corrupção passiva. Os veículos da mídia conservadora funcionam como guardiões do tucanato, e mantêm os dois ex-governadores e Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves a salvo de qualquer investigação jornalística.
Geraldo Alckmin foi indiciado nesta quinta-feira (16) pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro, caixa dois e corrupção passiva. O indiciamento trata de financiamento ilegal de campanha pela Odebrecht. Marcos Monteiro, ex-tesoureiro do PSDB, também foi indiciado.
O inquérito contra Alckmin está no Ministério Público de São Paulo, que decide se arquiva a denúncia ou ordena novas diligências para aprofundar a apuração. Segundo a PF, o indiciamento faz parte da segunda fase da chamada "Lava Jato Eleitoral" de São Paulo.
O ex-governador é investigado desde 2017, quando ocorreu a delação premiada da Odebrecht. Nas planilhas da empresa, Alckmin era tratado como “santo”. À época, o então diretor da Odebrecht, Carlos Armando Paschoal, disse ter repassado R$ 2 milhões, via Caixa 2, para a campanha de Alckmin ao governo de São Paulo, em 2010. Marcos Monteiro administrava os repasses.
Saiba mais sobre o caso Serra
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou na sexta-feira (3 de julho), José Serra e sua filha, Verônica Allende Serra, pela prática de lavagem de dinheiro transnacional. Segundo a denúncia, José Serra, entre 2006 e 2007, valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul. Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle. O esquema Serra teve uma conta com R$ 40 milhões bloqueada na Suíça.
As investigações, conduzidas em desdobramento de outras frentes de trabalho da Lava Jato de SP, demonstraram que José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas, receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo. Nesse contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o fim de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.
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