Controladora do Facebook, Meta confirma política que estimula ódio contra a Rússia

A controladora da rede social defendeu uma mudança em sua política de conteúdo, permitindo postagens como "morte aos invasores russos". Governo de Vladimir Putin reagiu

Vladimir Putin (presidente da Rússia)
Vladimir Putin (presidente da Rússia) (Foto: Reuters - Divulgação)


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247, com Reuters - A controladora do Facebook, Meta Platforms (FB.O), defendeu nesta sexta-feira (11) uma mudança temporária em sua política de conteúdo, apenas para a Ucrânia, para permitir que os usuários expressassem oposição à Rússia. Duas semanas após o início da guerra da Rússia na Ucrânia, um porta-voz da Meta disse na quinta-feira que a empresa alterou temporariamente suas regras de discurso político, permitindo postagens como "morte aos invasores russos", embora não permitisse pedidos de violência contra civis russos.

O presidente de Assuntos Globais da Meta, Nick Clegg, respondeu após a ação do governo russo com uma declaração no Twitter dizendo que a empresa visava proteger os direitos de expressão como uma expressão de autodefesa reagindo à ocupação da Ucrânia e que a política se aplicava apenas à Ucrânia.  

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"Se aplicássemos nossas políticas de conteúdo padrão sem nenhum ajuste, agora estaríamos removendo conteúdo de ucranianos comuns expressando sua resistência e fúria contra as forças militares invasoras, o que seria justamente visto como inaceitável", escreveu Clegg.

"Não temos problemas com o povo russo. Não há nenhuma mudança em nossas políticas de discurso de ódio no que diz respeito ao povo russo", acrescentou.

Meta disse que a mudança temporária visa permitir formas de expressão política que normalmente violariam suas regras.

Seu conselho de supervisão disse na sexta-feira que havia sido informado pela empresa sobre as políticas relacionadas à Ucrânia e que o contexto era importante para políticas de conteúdo e aplicação.

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Reação

O país governado por Vladimir Putin abriu um processo criminal. A Procuradoria-Geral da Rússia também exigiu que a Meta seja reconhecida como uma organização extremista. "Um processo criminal foi iniciado... em conexão com pedidos ilegais de assassinato e violência contra cidadãos da Federação Russa por funcionários da empresa americana Meta, proprietária das redes sociais Facebook e Instagram", disse o Comitê de Investigação da Rússia.

O comitê se reporta diretamente ao presidente Vladimir Putin. Não ficou imediatamente claro quais poderiam ser as consequências do caso criminal.

Em meio à guerra de informações, um especialista em armas e assuntos criminais surpreendeu o público do canal espanhol Cuatro ao sugerir matar mais soldados russos.

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A Rússia há mais de um ano se esforça para conter a influência de gigantes de tecnologia dos EUA, incluindo Google e Twitter (TWTR.N), da Alphabet Inc (GOOGL.O), multando-os repetidamente por permitir o que considera conteúdo ilegal.

O Comitê Investigativo disse que a ação do Facebook pode violar artigos da lei criminal russa contra pedidos públicos por atividades extremistas. "Tais ações da administração da (Meta) empresa não apenas formam uma ideia de que a atividade terrorista é permitida, mas visam incitar o ódio e a inimizade contra os cidadãos da Federação Russa", disse a promotoria do estado.

Ele disse que solicitou a um tribunal para reconhecer a Meta como uma organização extremista e proibir suas atividades na Rússia.

Os serviços de Facebook, Instagram e WhatsApp da Meta são todos populares na Rússia, com 7,5 milhões, 50,8 milhões e 67 milhões de usuários no ano passado, respectivamente, de acordo com o pesquisador Insider Intelligence.

Na semana passada, a Rússia disse que estava banindo o Facebook no país em resposta ao que disse serem restrições de acesso à mídia russa na plataforma.

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