Conta de Daniel Cara é restabelecida no Twitter sem explicações
Após tuíte que “gestão genocida da pandemia” por parte de Jair Bolsonaro, o ativista da educação, depois de muito insistir e mobilizar uma campanha, conseguiu ter a conta de volta, mas sem saber os motivos da suspensão
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247 - O professor Daniel Cara, dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, teve sua conta restabelecida no Twitter nesta sexta-feira (19), após três dias de suspensão.
A conta saiu do ar depois de Cara - que tem 26,9 mil seguidores - ter publicado um tuíte em que denunciava a “gestão genocida da pandemia” por parte de Jair Bolsonaro.
A conta foi restabelecida - após muita insistência do ativista e uma campanha mobilizar virtual por aliados - sem explicações da rede social.
Confira a mensagem divulgada pelo professor nesta manhã sobre o caso:
Bom dia, após forte pressão e mobilização social, minha conta foi recuperada no Twitter.
Obrigado! 🙏
A suspensão se deu na madrugada de quarta-feira, após eu postar que Jair Messias Bolsonaro faz uma "gestão genocida" da pandemia.
Insisti muito, mas como nada foi realmente explicado, ainda não sei se foi ataque, arbitrariedade, censura ou erro. Fica a lição: precisamos exigir transparência das redes sociais.
Antes de mais nada, agradeço a solidariedade de milhares de pessoas que denunciaram o ocorrido, desde a primeira hora.
Ter a liberdade de expressão cerceada é revoltante, mas a primeira sensação que fica é a de completa impotência. 1/8
Por orientação jurídica, esperei uma justificativa aceitável do Twitter, o que não ocorreu até o momento. E isso é tão absurdo quanto abusivo - não vai ficar assim! Tenho uma trajetória de trabalho, que ficou reiterada com a indignação de vocês com a suspensão da conta. 2/8
Só pelo direito à educação, tenho 14 anos de conquistas no Parlamento brasileiro e no sistema ONU - sendo fonte frequente da imprensa. Desde 2020 sou professor da USP. E em 2018, pelo PSOL, fui candidato ao Senado Federal por SP, obtendo 440.118 votos. 3/8
Nada disso importou e sequer deveria importar: todos os usuários deveriam ser respeitados. Porém, não é o que ocorre. As Big Techs fazem escolhas e, por conveniência, são permissivas com comportamentos antidemocráticos. Quem avalia, comanda e controla as interações são elas. 4/8
Bots bolsonaristas vandalizam o Twitter e chegam a subir hashtags com erros, comprovando que são robôs. Enquanto isso, a gestão da plataforma faz vistas grossas. O motivo é simples: o Twitter é o principal beneficiário das polêmicas, talvez o único, pelo volume de interações. 5/8
Já era assim antes da Covid-19, mas a pandemia ampliou um fenômeno: as redes sociais (de propriedade privada) se tornaram um “espaço público”. Contudo, elas têm regras e controles próprios, sem qualquer regulação e transparência. E isso enfraquece ainda mais a democracia. 6/8
Agora, além de lutar pela consagração do direito à educação e pelo investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação, reforçarei a agenda de democratização das comunicações. Precisamos exigir transparência das Big Techs, dando limites a seu arbítrio e domínio sobre nossas vidas. 7/8
Nada vai nos calar, tampouco me intimidar.
REPITO o que disse antes da minha inaceitável suspensão: Jair Messias Bolsonaro faz uma gestão genocida da pandemia. Por decorrência, é um genocida. Portanto, ele tem de responder por crimes contra a humanidade. É o que advogo.
PS: Agradeço ao jornalista Carlos Alberto Jr. por me dar a oportunidade de contar toda a história no episódio 109 do Roteirices. Quem quiser saber em detalhes, é só acessar aqui.
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