Conselheiros da TV Cultura pedem a cabeça de Mendonça
Novo chefe de comando está sob ataque por demitir cerca de 40 funcionários sem pagar os direitos trabalhistas; além disso, acham que a emissora estaria adotando "viés tucano", depois de receber José Serra e convidar FHC para o próximo programa "Roda Viva"
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247 – A direção da TV está em crise. Conselheiros da Fundação Padre Anchieta, que controla a emissora, culpam Marcos Mendonça por má-gestão e por abrir demais as portas para o PSDB. Leia a informação de Monica Bergamo, da Folha:
MESA REDONDA
É tenso o clima na TV Cultura. Conselheiros da Fundação Padre Anchieta, que controla a emissora, ameaçam convocar assembleia extraordinária e até propor a imediata destituição de Marcos Mendonça, que acaba de assumir o comando da TV.
VELHA GUARDA
Mendonça está sob ataque por demitir cerca de 40 funcionários sem pagar os direitos trabalhistas e por trazer de volta pessoas consideradas da "velha guarda" da emissora, o que ele prometeu que não faria, segundo os que contestam suas iniciativas. Uma delas é José Roberto Walker, que será responsável pelas rádios e por parte da programação da TV.
CURRÍCULO
Mendonça diz que o pagamento dos direitos está sob análise jurídica. Afirma que Walker tem currículo e foi trazido de volta a pedido de grandes maestros, como João Carlos Martins. E diz que não firmou compromisso de evitar trazer de volta pessoas que trabalharam com ele em sua gestão anterior, na década passada.
DEIXA PRA DEPOIS
Outra confusão: integrantes do conselho não gostaram da informação de que Fernando Henrique Cardoso poderia dar entrevista para o programa "Roda Viva" na próxima segunda, uma semana depois de José Serra ter ido ao programa. Acham que a emissora estaria adotando "viés tucano". E dizem ter expressado essa opinião ao próprio FHC. "O Fernando Henrique realmente foi convidado, aceitou, mas agora solicitou ir em outra ocasião", diz Mendonça.
DE LONGE
E FHC já defendeu uma constituinte restrita para a reforma política, como a presidente Dilma Rousseff. Ele declarou, em 1998, apoio à proposta do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), em tramitação na Câmara dos Deputados. "Se FHC não tivesse recuado, por pressões da base, como vai acontecer de novo com a Dilma, a PEC teria sido aprovada", diz Teixeira.
DE LONGE 2
Juristas e oposição apontam inconstitucionalidade na proposta. Ela, no entanto, já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em 1997. Só não avança, diz Teixeira, por "retirar o poder dessas cracas que ficam amarradas aos ministérios em busca de nomeações. Na Constituinte, o comando é do povo".
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