Comunicador Rene Silva é incluído em lista de 'líderes da próxima geração' pela revista 'Time'
Ainda adolescente, ativista carioca criou jornal comunitário que se tornou referência; hoje, jornal é uma ONG
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Brasil de Fato - O jornalista carioca Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades, foi eleito para a lista de líderes da nova geração, divulgada nesta terça-feira (23) pela revista estadounidense Time. Silva, de 28 anos, é o único brasileiro na lista com dez nomes.
Ao justificar a escolha do jornalista, a Time lembrou a criação do jornal quando ele tinha ainda 11 anos, em 2005, junto a outros quatro amigos. Cinco anos mais tarde, durante ocupação do Complexo do Alemão (Zona Norte do Rio) pela Polícia Militar, ele se tornou conhecido ao atualizar a violência policial ao vivo pelo Twitter.
"Eu olhava os jornais e não via a favela que eu conhecia ser apresentada. A imprensa só falava de tráfico de drogas, violência, morte, e quem não estava na favela pensava que era só isso que existia aqui", disse Silva à Time.
Com mais de 18 anos de atuação, o Voz das Comunidades se tornou referência em comunicação popular. Atualmente, o jornal, que segue no ar, é também uma Organização Não Governamental (ONG) e emprega 35 pessoas, dando destaque a assuntos como cultura, política, esporte, educação e a negligência do estado em relação aos problemas enfrentados pelas comunidades.
Em 2022, o jornalista foi um dos articuladores da visita do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Complexo do Alemão, entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais. A atividade de campanha foi alvo de ataques bolsonaristas baseados em mentiras.
Organizada anualmente pela revista Time, a lista de líderes da nova geração premia lideranças jovens de todas as partes do mundo desde 2014. Nomes como a hoje deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), a cantora Pabllo Vittar e o ex-deputado federal David Miranda, que morreu no último dia 9, já foram nomeados em edições anteriores da lista.
Em 2023, além de Rene Silva, a lista trouxe nomes como a ativista climática estadounidense Sage Lenier; o ativista pelos direitos de pessoas transgênero Henry Tse, de Hong Kong; e a atriz britânica Florence Pugh.
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