Carlos Latuff, o artista global da resistência palestina
À TV 247, o cartunista disse que ver suas obras sendo utilizadas por ativistas da causa palestina como instrumento de luta contra ataques de Israel à Faixa de Gaza é a “consagração” de sua carreira: “agora posso me aposentar”, brincou Latuff. Assista
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247 - O cartunista Carlos Latuff, em entrevista à TV 247, comentou sua ascensão ao posto de um dos maiores, senão o maior, artista internacional da causa palestina. Com os recentes ataques de Israel contra os palestinos, desenhos de Latuff em defesa do povo da Palestina ganharam as ruas em protestos contra a truculência israelense.
A utilização das charges de Latuff em protestos, porém, não é um fato novo. O cartunista conta já ter visto suas obras em outras manifestações e, para ele, isto é motivo de alegria, porque mostra que suas charges ‘ganharam vida’. “Essa experiência das charges sendo usadas por manifestantes já aconteceu em outras ocasiões, em outros ataques israelenses a Gaza, que também suscitaram grandes protestos pelo mundo. As pessoas também se utilizaram das charges na Primavera Árabe, em protestos na Turquia, no Bahrein. Então, de certa maneira, não é incomum ter as charges utilizadas em protestos. Fico muito feliz de ver uma charge minha sendo utilizada em um protesto porque o papel da charge é um papel editorial. No momento em que um manifestante, em qualquer parte do mundo, se apropria dessa imagem, ela já transcendeu seu papel editorial, ela ganhou vida”.
Segundo Latuff, a disseminação de seus desenhos sobre a causa palestina se deve ao avanço da internet, que atualmente é “muito mais ágil, alcança muito mais, tem uma agilidade muito maior por conta dos dispositivos móveis, por conta das chamadas ‘redes sociais’”, e por causa da força do conteúdo dos desenhos.
“Agora posso me aposentar”
Após falar à TV 247, Latuff foi surpreendido com uma fotografia de um manifestante palestino vestindo uma camiseta com um de seus desenhos. Para ele, ver uma obra sua sendo utilizada como um instrumento de luta é a “consagração” de sua carreira. “Agora posso me aposentar”, brincou o cartunista.
“Quando um palestino que está lá na linha de frente, lá nos territórios ocupados, veste uma camisa com uma charge que eu fiz, é mais do que ele se apropriar da imagem, ele se identifica, ele literalmente veste a camisa. Eu não poderia ter, como ativista, como profissional, uma consagração maior do que essa foto. Essa foto, para mim, é a consagração da minha carreira. A charge acaba se tornando um instrumento de luta para o palestino, da mesma maneira que é a pedra, o estilingue. Isso é realmente… Eu me sinto contemplado com essa fotografia”.
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