Bolsonaro merece um impeachment, mais que qualquer outro, mas não é a hora, analisa Luís Costa Pinto
“Eu compreendo o ponto de vista político do Rodrigo Maia. Se ele colocar o impeachment hoje para tramitar ele perde, o impeachment perde. Não tem os votos necessários”, afirma o jornalista. Assista na TV 247
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247 - O jornalista Luís Costa Pinto, em live na TV 247 sobre o lançamento do segundo volume de seu livro - “Trapaça – Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro” - que abarca a história política brasileira desde o governo Itamar Franco até o final prematuro do governo Fernando Henrique Cardoso, avaliou que não é a hora de dar início a um processo de impeachment de Jair Bolsonaro, ainda que existam motivos de sobra.
Para o jornalista, não há votos suficientes no Congresso Nacional para derrubar Bolsonaro, já que este reforça cada vez mais uma manobra de aproximação com o Centrão, que o segura no cargo. “É óbvio que ninguém mais que o Bolsonaro merece um impeachment, nem o Collor. Essa situação é pior que a do Collor, porque é a situação de um governo perverso, um governo contra o povo. Mas eu compreendo o ponto de vista político, com cálculo matemático, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Se ele colocar o impeachment hoje para tramitar ele perde, o impeachment perde. Não tem os votos necessários para fazer o impeachment. Você imagina o Bolsonaro arrogante e arrivista do jeito que ele é exibindo a vitória sobre um pedido de impeachment? Ele estaria fortalecido nesse cenário, como a derrota do impeachment do Trump o fortaleceu na cena americana até o momento em que surgiu a pandemia do coronavírus e que aí o Trump derreteu”.
“Nesse momento é uma questão matemática: o Bolsonaro, ao contrário do Collor e ao contrário da Dilma, agiu politicamente, ele foi às compras, ele botou uma parte do Centrão na sacola, o PP do Arthur Lira, uma parte do MDB, uma parte do PSDB, uma parte do Solidariedade, remanescentes do PSL, o PSD do Kassab, ele botou essa turma toda em um balaio e hoje ele está operando, operação política que ele não tinha sofisticação para fazer mas que deixou que fosse feita porque era a única forma dele sobreviver politicamente”, concluiu.
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