Bolsonaro cogita desmoralizar o comandante do Exército, diz Merval Pereira

"Se Pazuello for punido, e se Bolsonaro cancelar a punição, estará desmoralizando o comandante do Exército", afirma o jornalista

(Foto: Reprodução | ABr)


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247 – "Há algo no ar, além dos aviões de carreira", dizia o Barão de Itararé no passado. Assim o jornalista Merval Pereira inicia sua coluna desta quinta-feira, sobre a crise militar aberta por Jair Bolsonaro, que decidiu premiar o general Eduardo Pazuello, após um ato de indisciplina. "Os generais do Alto-Comando do Exército, reunidos ontem para debater a situação da indisciplina do general de divisão da ativa Eduardo Pazuello, decidiram não anunciar a decisão no momento", escreve. "Aproveitarão o feriado para amadurecer a tendência de puni-lo, em clima de indignação com a atitude do presidente de proteger seu ex-ministro da Saúde, em claro confronto com a instituição a que pertence."

"Evidente que um general da ativa investigado por indisciplina não poderia ser nomeado para nenhum cargo, muito menos um diretamente ligado ao presidente da República, a menos que ele queira protegê-lo e impor sua condição de comandante em chefe das Forças Armadas para pressionar o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira. Bolsonaro não tem limites e não respeita nada nem ninguém. Ou você o aceita como é, ou será confrontado sempre, não apenas o STF, o Congresso, mas até as instituições militares a que ele é ligado, sempre marcado por indisciplina e insubordinações. A visão dele da Presidência da República é totalitária, acha que pode mandar em todo mundo. Caso Pazuello não seja punido, podem começar a surgir manifestações em escalões inferiores das Forças Armadas, que sempre foram proibidas", pontua ainda o colunista.

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"Se Pazuello for punido, e se Bolsonaro cancelar a punição, estará desmoralizando o comandante do Exército", alerta. "Há quem considere que ele pode apenas indultar o punido, pois, no caso de um general de divisão, nem mesmo anistiar poderia, pois a anistia só pode ser concedida a cidadãos comuns, não a funcionários do Estado. Tomando esse caminho tortuoso, Bolsonaro estaria buscando uma crise institucional."

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