Bernardo Mello Franco: A boiada de Salles e a captura da PF
"A ousadia de Salles mostra que ele não age sozinho: cumpre tarefas combinadas com Jair Bolsonaro", escreve o jornalista Bernardo Mello Franco
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247 - "No início da pandemia, Ricardo Salles expôs um plano para desmontar o sistema de proteção ao meio ambiente. Segundo ele, era preciso aproveitar as atenções voltadas para o coronavírus e 'ir passando a boiada'. O ministro pode ser acusado de muita coisa, menos de não fazer o que prometeu", escreve o jornalista Bernardo Mello Franco no Globo .
"Encorajado pelo chefe, o ministro continuou a tabelar com os algozes da floresta. Em março, ele se solidarizou com os alvos da maior apreensão de madeira da história do Brasil. A atitude revoltou os investigadores que comandaram a operação. 'Na Polícia Federal não vai passar boiada', reagiu o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva".
"O delegado não se limitou a protestar. Apresentou ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra Salles e o senador Telmário Mota. O documento acusa a dupla de advocacia administrativa, participação em organização criminosa e infração contra a lei de crimes ambientais".
"A ousadia de Salles mostra que ele não age sozinho: cumpre tarefas combinadas com Jair Bolsonaro. Ontem o presidente deu mais um sinal de apoio à devastação. Em vez de demitir o ministro, mandou afastar o superintendente da PF que o acusou".
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