Apple, pra que te quero?

Aos poucos, os fanboys estão abrindo os olhos para o mundo de concorrentes que a Apple conseguia esconder até hoje



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2012 foi, sem dúvida, o ano da Nova Apple. Reinventando-se intensa e completamente para tentar apagar o fantasma de Jobs que ainda paira sob qualquer produto da empresa, Cook e sua gangue transformaram os bastidores enquanto a peça rolava a todo vapor. Ainda vermelha, a Maçã hoje parece ter um novo sabor, totalmente diferente daquele que um dia sentimos ao abocanhar o brilhante e reluzente fruto, que, quando somado à absurda movimentação de mercado que estampou as páginas nos portais durante esse ano apocalíptico, trazem para o universo fanboy um mar de dúvidas e de certezas.

Hoje, portanto, lhes pergunto: Vale a pena comprar um Apple em pleno 2013?

A concorrência chegou e a praia começou a lotar. Com intervenções bem pronunciadas e lançamentos bombásticos nos quatro cantos do mundo, as empresas que disputam com a Apple pelo tão dissimulado mercado de tecnologia não fizeram feio nesse ano que está encerrando. A Apple sentiu a maré subindo e começou a reordenar seus bispos e peões, tramando cada uma de suas jogadas com o maior esmero possível. Desengavetou todos os seus planos e decidiu fazer de 2012 o ano da Maçã Mordida. Funcionou. Com um lançamento atrás do outro e com um crescimento financeiro típico das terras de Cupertino, alcançou o topo de todas as listas e fundamentou ainda mais seu merecido primeiro lugar.

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A cada passo obstinado, porém, deixava para trás uma fração da essência que a fizera chegar à tão sonhada hegemonia de mercado. Suas criações não pertenciam mais aos braços paternos de seus projetistas/progenitores, mas sim ao sólido e elegante pedestal de vidro onde eram posicionadas; o sorriso não mais era direcionado à cria, mas sim ao público que a consumiria em breve; a paixão não mais era pela criação, processo e resultado, mas sim pelo apático resultante.

O brilhante sonho dos Steves, em 2012, consolidou-se como empresa de gente grande, identificando cada necessidade do mercado e cumprindo-a com maestria. E apenas isso. Sem estrelas e sem brilhantismo, a Apple transformou toda a sua linha de produtos para aquilo que o mercado pedia. Nokia, Samsung, Google e tantas outras seguiram o mesmo caminho, o que nos trouxe um mar das mais diversas alternativas.

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Ao tornar-se gigante, a empresa de Cook deixou para trás o sonho que a criara, se enquadrando na mesmisse de mercado que nós vivemos desde a revolução industrial. Cada problema será solucionado e cara demanda será prontamente atendida, com uma qualidade tamanha e com uma competência extrema. Pela primeira vez em anos, a Apple nos permitia PENSAR e ESCOLHER a marca que melhor nos atendesse. Sem encatamento e sem o famoso vortex de distorção da realidade... apenas mais um produto de silício, plástico e aço, solto e etiquetado numa vitrine qualquer.

Hoje, não há mais paixão em nenhum dos lados. Não há mais a mágica que fazia o mercado pagar R$ 2.800 em um celular ou R$ 6.200 em um computador de entrada. Aos poucos, os fanboys estão abrindo os olhos para o mundo de concorrentes que a Apple conseguia esconder até hoje. Windows 8 e Android começam a ganhar mais e mais espaço enquanto a Apple tenta emplacar a defasada tela de 4″... e nós, olhando para trás, sentimos falta da maravilha de passado que um dia vivemos nas mãos de Steven Paul Jobs.

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Obviamente, não há como tentar dizer que a Apple está em baixa. Não está. A cada dia, porém, os jovens da geração Jobs passam a visitar outras praias e a firmar as suas barracas em outras estações. A geração que está nascendo, pode vir a ser o tendão de Aquiles da Nova Apple, já que não crescerá em meio a Click Wheels, MacsG3, iPad1, iPhone2G. A magia e o encantamento que hoje nos fazem pensar duas vezes antes de comprar um Windows não existirá no coração e na mente de nenhuma dessas crianças... e a simplicidade e qualidade que tanto enobrecemos na Maçã Mordida será – e já é – quesito básico para existência de qualquer sistema.

O que ainda sustenta a cupertiniana, portanto, é sua imagem. Forte, poderosa, elegante, clássica e, acima de tudo, efêmera.

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