Amadeu explica por que redes sociais não devem ter o poder de excluir usuários
"As sociedades democráticas precisam supervisionar as plataformas, em vez de ser controladas por elas", avalia o sociólogo e pesquisador de redes digitais e tecnologias da informação Sérgio Amadeu da Silveira
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247 - Em texto para a Folha de S. Paulo publicado nesta sexta-feira (22), o sociólogo e pesquisador de redes digitais e tecnologias da informação Sérgio Amadeu da Silveira avalia que as empresas administradoras de redes sociais não podem ter o poder de excluir arbitrariamente perfis desses ambientes.
"Donald Trump e Jair Bolsonaro, um ex e outro chefe de Poder Executivo, atacaram abertamente a ciência, criaram ondas de desinformação que acarretaram gravíssimos problemas à saúde pública e incentivaram a violência aberta contra a democracia: enfim, praticaram crimes. Diante disso, as instituições fundamentais da Justiça não atuaram para fazer valer a lei e a Constituição. As redes sociais, então, agiram, bloqueando discurso desses líderes da extrema direita. Não deveríamos aplaudir essa troca de papéis", alerta o especialista.
Amadeu esclarece que essa ditadura dos algoritmos não gera consequências apenas para quem aparentemente as mereça. "São inúmeros os casos de censura aos movimentos feministas no Facebook. O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira teve uma postagem que continha a imagem de um acervo artístico censurada pela rede social de Mark Zuckerberg. O episódio do podcast Tecnopolítica, de minha autoria, que tratava do racismo algorítmico, teve restrição de impulsionamento por ser considerado “conteúdo bizarro” pelo YouTube. Alguns dias depois, porém, foi liberado sem nenhuma explicação do que teria sido considerado ofensivo ou fora das regras da plataforma de compartilhamento de vídeos".
O pesquisador salienta que "as sociedades democráticas precisam supervisionar as plataformas, em vez de ser controladas por elas".
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