Altman: militares golpistas e antidemocracia não foram enfrentados adequadamente no pós-ditadura
“As Forças Armadas puderam se preservar, é um problema complexo e a esquerda está devendo ao País um acerto de contas sobre a questão militar”, avaliou o jornalista Breno Altman sobre o momento pós-ditadura. “Nós não enfrentamos o ovo da serpente”, acrescentou. Assista na TV 247
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247 - O jornalista e editor do Portal Opera Mundi Breno Altman disse à TV 247 que a forte presença dos militares no governo Jair Bolsonaro se dá pelo alinhamento estratégico que têm, pela fome de poder e sobretudo por não terem sido enfrentados e penalizados corretamente após o fim da ditadura militar.
Altman criticou a falta de uma reformulação nas Forças Armadas por parte do Estado brasileiro no cenário pós-ditadura, e reprovou que os militares tenham ficado ilesos em relação aos crimes que cometeram enquanto estiveram no poder.
“Nada foi feito para reformar as Forças Armadas depois do fim da ditadura. Os governos tucanos, por razões óbvias, foram lenientes com isso, e os governos petistas, por falta de força e vontade política, também. Nós não enfrentamos o ovo da serpente. O grande partido do golpismo, o grande partido da antidemocracia, o grande partido das elites do País é o partido fardado na nossa história. Esse partido fardado pôde sair de cena nos anos 80 sem pagar as contas dos crimes que cometeu, puderam se retirar e reacumular forças sem serem responsabilizados pelos crimes políticos e econômicos que cometeram contra a nação, que são gravíssimos”.
O jornalista cobrou a esquerda pela falta de um “acerto de contas” com as Forças Armadas brasileira. “Quem tem a responsabilidade da dívida externa que estrangulou o País durante 20 anos? Quem tem a responsabilidade pelo aprofundamento da desigualdade social no País a partir dos anos 70? Quem tem responsabilidade pelas mortes e desaparecimentos? As Forças Armadas puderam se preservar, é um problema complexo e a esquerda está devendo ao País um acerto de contas sobre a questão militar, a questão militar faz parte da questão democrática e não foi enfrentada adequadamente”.
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