Agência Pública e jornalista sofrem ameaças de violência física e ataques orquestrados

Uma fonte encaminhou à Pública áudios postados no chat do Telegram “Nova Direita 70 milhões“, com uma ação orquestrada para derrubar os perfis da Agência Pública nas redes sociais

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)


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Agência Pública - Nesta quinta-feira, 27 de outubro, a Agência Pública veiculou em seu site a reportagem intitulada “Matar e quebrar urnas”: evangélico líder de motociata incentiva crimes no Telegram”, na qual reproduziu diálogos realizados em chats do Telegram “Nova Direita 70 Milhões”, entre os dias 3 e 23 de outubro, de autoria de Jackson Villar da Silva, evangélico que se intitula comerciante, radialista, conservador, presidente do “Acelera Para Cristo” e organizador da motociata com o presidente Jair Bolsonaro em junho de 2021, que percorreu 130 km da cidade de São Paulo até Americana.⁠

Nas gravações analisadas pela Agência Pública, Villar propõe uma espécie de “eleição paralela”, em que diz que vai provar “fraude nas urnas”. Também insinua a necessidade de cometer crimes diante do cenário desfavorável ao seu candidato, Jair Bolsonaro (PL); fala sobre a necessidade de “quebrar esquerdistas no cacete”, conclama seus seguidores a “quebrar a urna eletrônica no pau” e afirma que “cientista político tem que apanhar”.⁠

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De acordo com a apuração da reportagem, Villar também teria cometido discriminação e preconceito contra o povo baiano, a quem se referiu como “descarados e vagabundos” por terem votado em sua maioria no candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. “Baiano é gente boa, mas ele é meio descarado. É falso. Eu conheço a natureza do baiano, o negócio dele é se requebrar”, diz o comerciante.

As falas violentas de Villar sugerem ainda a um bolsonarista como lidar com quem vota em Lula: “Você tem que falar assim: ‘Os cara vão te ‘passar’ [expressão para matar], ‘os cara vão caçar todo mundo que é petista’. Você vai convencer uma alma sebosa com o medo, entendeu? Ele só respeita o cacete”.

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A reportagem é assinada por Thiago Domenici, diretor e editor da Agência Pública, e foi republicada por outros veículos de comunicação, tais como Uol, Carta Capital e Brasil 247.

Hoje, após a publicação da reportagem, uma fonte encaminhou à Pública novos áudios postados no chat do Telegram “Nova Direita 70 milhões“, alertando sobre ameaças de violência física e ofensas ao jornalista e uma ação orquestrada para derrubar os perfis da Agência Pública nas redes sociais.

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Conforme a transcrição dos áudios obtidos, Villar fez ameaças e ofensas diretas ao jornalista subscritor da reportagem: 

“Ah, então é você pilantra. Olha a cara desse safado rapaz. Cabra desse tem que ir atrás dele. Olha a cara desse mano, olha a cara desse cretino. Vou mandar pra um amigo meu aqui, (inaudível) Praia Grande, né? Serginho, você conhece esse cara aí? Serginho, você conhece esse cara, aí? Conhece esse vagabundo aí, Serginho? Vai ver o cara desse se encontrar comigo pessoalmente, pra ver se ele é esse cabra mesmo, mostrar pra ele como é que se dá uma pisa num cabra safado. Tava com medo, né? Vai engolir seu celular, seu vagabundo. Como tem gente sem vergonha, rapaz”.

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