ABI saúda decisão da Justiça britânica de não extraditar Assange

“Se os documentos deixaram o governo norte-americano em situação politicamente incômoda, por mostrarem ataques militares à população civil em países com os quais os Estados Unidos não estavam em guerra, e a prática de espionagem contra governantes de países aliados, inclusive o Brasil, isto não é problema de Assange”, diz o documento

(Foto: Reuters)


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247 - A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma nota celebrando a decisão que impossibilita a extradição de Juian Assange para os Estados Unidos, que, por sua vez, está empenhado em condenar o ativista desde a publicação dos primeiros documentos do Wikileaks.

Leia a íntegra abaixo: 

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"Não extraditem Assange, jornalismo não é crime"

Esta frase foi dita por centenas de manifestantes nesta segunda-feira, dia 4, diante do tribunal do Reino Unido que julgou e recusou o pedido de extradição do jornalista Julian Assange, criador do site Wikileaks, feito pelos Estados Unidos.

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Assange, detido desde abril de 2019, está sendo acusado de espionagem por ter publicado documentos caracterizados como secretos pelos Estados Unidos. Registre-se que o jornalista não é funcionário do governo norte-americano. Portanto, não deveria ter qualquer compromisso com a manutenção do sigilo em torno daqueles documentos. Como jornalista, tem o direito e o dever de dar divulgação a informações que sejam de interesse público.

Se os documentos deixaram o governo norte-americano em situação politicamente incômoda, por mostrarem ataques militares à população civil em países com os quais os Estados Unidos não estavam em guerra, e a prática de espionagem contra governantes de países aliados, inclusive o Brasil, isto não é problema de Assange.

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Entre as publicações divulgadas há um vídeo registrando helicópteros americanos atacando civis no Iraque, em 2007. O ataque matou pelo menos dez pessoas em Bagdá, dentre elas dois jornalistas da agência de notícias Reuters. Deve ser condenado quem promoveu ataques como este, ou quem os divulgou?

Embora a decisão do tribunal britânico tenha sido justificada “por razões humanitárias” e pelo temor de que Assange se suicidasse, o que teria ampla repercussão política - e não pelo reconhecimento da legitimidade da prática do jornalismo - ela é importante. Assange poderia ser condenado a 175 anos de prisão nos Estados Unidos.

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O governo norte-americano tem 14 dias para recorrer da decisão e já informou que vai fazê-lo. Daí a importância de se manter a mobilização em defesa de Assange.

É fácil perceber que a questão vai muito além de um caso individual. A condenação de Assange significaria uma grave ameaça ao trabalho dos jornalistas em todo o mundo.

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Daí porque, desde o primeiro momento, a ABI se alinhou em sua defesa, participando de amplas articulações que exigem a sua libertação.

A ABI conclama, também, os meios de comunicação brasileiros, que não têm dado ao caso a atenção merecida, a se somarem à sua divulgação e à defesa de Assange.

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O que está em jogo é a defesa da democracia, da liberdade de imprensa e do trabalho jornalístico.

Paulo Jeronimo – Presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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