ABI, Fenaj, Abraji e FNDC pedem revisão da extradição de Assange

As entidades classificaram a decisão do Reino Unido de autorizar a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos como "um duro golpe contra a liberdade de imprensa"

(Foto: REUTERS/HENRY NICHOLLS)


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247 - A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) pediram a revisão da decisão do Reino Unido de autorizar a extradição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, para os Estados Unidos. A defesa de Assange tem 14 dias para apresentar um recurso contra a decisão. 

Em nota, as entidades afirmam que a decisão da secretária nacional do Interior, Priti Patel, "pode estabelecer um precedente perigoso a ser aplicado a qualquer jornalista, meio de comunicação ou fonte, em qualquer lugar do mundo, que publique notícias baseadas no vazamento de informações de interesse público". 

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Leia a nota na íntegra:

Apesar de todas as pressões, o governo britânico assinou, na manhã desta sexta-feira (17/06), a ordem para extraditar Julian Assange para os Estados Unidos. A decisão foi anunciada pela Secretaria Nacional do Interior, comandada por Priti Patel, sob o argumento de que os tribunais do Reino Unido não entenderam que a extradição seria injusta ou incompatível com os direitos humanos.

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A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) somam-se às Federações Europeia (EFJ) e Internacional de Jornalistas (IFJ) e classificam a decisão como um duro golpe contra a liberdade de imprensa.

Para as entidades, a decisão pode estabelecer um precedente perigoso a ser aplicado a qualquer jornalista, meio de comunicação ou fonte, em qualquer lugar do mundo, que publique notícias baseadas no vazamento de informações de interesse público.

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Os EUA querem julgar o jornalista pelo vazamento de documentos obtidos com o ex-oficial de inteligência do exército, Chelsea Manning, que apontavam irregularidades das forças americanas no Iraque e no Afeganistão. Os documentos foram publicados no site WikiLeaks e reproduzidos pela mídia internacional.

Julian Assange responde por 17 acusações sob a Lei de Espionagem e uma acusação sob a Lei de Fraude e Abuso de Computadores, que combinadas podem levá-lo à prisão por até 175 anos. É altamente provável que ele seja detido nos EUA em condições de isolamento ou confinamento solitário, apesar das garantias do governo norte-americano, o que exacerbaria severamente seu risco de suicídio.

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Cidadão australiano, Assange permanecerá na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres, onde está desde 2019, aguardando a tramitação do pedido de extradição feito pelos EUA. A defesa do fundador do Wikileaks tem agora 14 dias para tentar um recurso contra a decisão. A batalha judicial, portanto, não está encerrada.

As entidades instam o governo australiano, para que assegure a integridade de seu cidadão. E o governo britânico, para que reveja a decisão com base nos critérios da liberdade de imprensa e seus desdobramentos para o jornalismo mundial. Por fim, conclamam todos/as os/as jornalistas a apoiarem Julian Assange e a defesa intransigente do exercício profissional. O jornalismo e os/as jornalistas não podem ser criminalizados!

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Brasília, 17 de junho de 2022.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

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Associação Brasileira de Imprensa – ABI

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraji

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Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação  – FNDC

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