A saga de um iPad na escola
Um estudante do Ensino Mdio testou a funcionalidade do tablet na sala de aula
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Por Guilherme Freitas
Temos visto situações curiosas sobre o incentivo à utilização do iPad no ambiente escolar. De alterações em seus regulamentos a empréstimo de equipamentos eletrônicos, unidades de ensino de todo o mundo tem feito de tudo para promover a seus alunos uma aprendizagem muito mais agradável e interativa.
Porém, esses casos são exceções. No panorama geral, as escolas –principalmente as brasileiras – não se rendem à revolução tecnológica, preferindo estruturar-se de alicerces antiquados e tradicionalistas ao extremo. A juventude mudou, mas os métodos educacionais estagnaram, gerando um déficit bem grande de aprendizagem ao adolescente.
Mesmo sabendo dessa triste realidade, o autor que aqui vos escreve decidiu abusar de seu “iGadget” – no caso, um iPad – e tentou driblar todas as regras para levá-lo à sua escola – um ambiente que, segundo o regimento escolar da unidade em que estuda, não permite o uso de “equipamentos eletrônicos em geral”. Toda essa épica e sangrenta saga você acompanha agora.
Entrar na escola não foi o problema. Não havia nenhum tipo de revista ou detector de metais nas entradas do Colégio. Ufa. Na primeira aula, Inglês, não senti necessidade do uso de nenhum material. Portanto, o iPad continuou guardado no âmago de minha mochila. Passados os 55 minutos de prazer – sim, eu amo Inglês! – iniciou-se a verdadeira Odisseia de meu tablet.
Aula de Matemática
Para aqueles que ainda não sabem, a matemática algébrica ensinada no terceiro ano do Ensino Médio não se limita a números e sinais. Portanto, meu aplicativo “Pages”, simulador do programa da Microsoft, Word, disponível por US$ 9,99 na loja de aplicativos da Apple, não seria suficiente para aguentar a insanidade de meu professor de álgebra. Foi então que entrou em cena um aplicativo que me conquistou e que aconselho a todos vocês.
Por ter uma interface intuitiva e muito prática, foi fácil usar o “Penultimate” para realizar meus rabiscos e garranchos matemáticos. Dotado da melhor invenção do homem, o “Ctrl+Z” – que permite desfazer a última ação em qualquer programa em que esteja – o aplicativo me fez economizar um bom tempo. Além, é claro, de poupar páginas e páginas de meu caderno feito de pobres arvorezinhas.
Depois de 55 minutos e algumas páginas, encerrava-se a aula de álgebra. O que viria na sequência seria moleza para a potente máquina da Maçã.
Aula de História
Simples, rápido e prático. Foi muito fácil formatar, editar, escrever e apagar usando, dessa vez sim, o “Pages”, do pacote iWork da Apple. A aula procedeu-se normal, como se eu estivesse usando um caderno comum – a não ser, é claro, da rapidez com que a tarefa de escrever se sucedeu.
Encerrada a aula sobre Idade Média, o iPad teve de exercer todo seu potencial como máquina de entretenimento. Chegava o intervalo. Chegava o descanso. Chegava Angry Birds.
Com o término da pausa, recebemos novamente a ilustre visita do professor de Matemática, que deu sequência à aula da mesma forma que a anterior. Risca ali, escreve lá, e estavam prontas minhas anotações. Logo em seguida, tivemos uma aula de Química e uma de Geografia – esta última rendeu até um elogio a meu aparelho. Ambas, naturalmente, não foram diferentes das demais.
E assim, depois de muitos “deixa eu ver!”, encerrou-se o dia de meu querido iPad numa sala de aula. Mesmo tendo que driblar o regulamento por diversas vezes, valeu a pena ter meu fiel Sancho Pança ao meu lado durante o dia.
De forma alguma teria sido prejudicado pelo não uso do tablet. Se não o tivesse, teria o auxílio dos fieis lápis e papel nas atividades anteriores, obviamente. Porém, usar um equipamento eletrônico para os estudos é muito mais interessante e prático do que render-se ao tradicionalismo. A capacidade de enviar minhas anotações em formato de e-mail e/ou compartilhá-las com meus amigos é muito interessante, uma vez que pode facilitar bastante a arte de aprender.
Vale lembrar que, na cidade onde moro, no interior de São Paulo, não existe incentivo algum à tecnologia nas salas de aula. Enquanto estudantes metropolitanos esbanjam de redes cada vez mais rápidas, não temos sequer um ponto de “wi-fi” – que dê acesso à Internet – para utilizarmos da conexão com a rede nas aulas. Caso sua escola as permita e ceda “regalias”, não hesite em usar sua poderosa máquina.
Guilherme Freitas é estudante do Ensino Médio, lê e escreve sobre tecnologia e não larga o seu iPad.
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