A revolta dos blogueiros

Colaboradores do americano Huffington Post, vendido AOL em fevereiro, querem US$ 105 milhes como pagamento. Fundadora do site, Arianna Huffington ficou milionria com o projeto



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247 – O jovial portal de informações Huffington Post sempre pregou o discurso do modo colaborativo de informação, ou “free”, em português, livre. O site foi fundado em 2005 por Arianna Huffington, que ficou milionária com o projeto, alimentado por conteúdo de blogueiros. Após o veículo ser vendido para a gigante AOL, em fevereiro, por 231 milhões de euros, os escritores que colocavam seus textos à disposição do site buscam na justiça o pagamento que nunca receberam: US$ 105 milhões de dólares. A cifra equivale à terceira parte do negócio feito com a AOL.

O responsável pela ação – contra o Huffington Post, Arianna Huffington e a AOL –, que foi ao tribunal federal de Manhattan nesta terça-feira, é Jonatahn Tasini, um dos seis mil blogueiros que colaboravam com o portal sem cobrar um centavo por isso. Jornalista e ativista, Tasini é lembrado por ter movido uma ação contra o The New York Times, há uma década, em defesa dos direitos autorais de jornalistas freelancers. À época, o caso foi parar no Tribunal Supremo dos Estados Unidos.

Quando a AOL comprou o portal, levou os nomes de todos os blogs que colaboravam com o Huffington, que funciona como um agregador de notícias. O ativista – que colabora com o site desde 2005 – afirma que o portal não seria nada sem o conteúdo de blogueiros, como ele. Com a ação, Tasini busca uma forma de garantir um meio de sobrevivência a blogueiros que disponibilizam seus conteúdos livremente.

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Em uma coletiva de imprensa, na qual participou o blogueiro da revista Forbes Jeff Bercovici, Tasini declarou sua revolta. “Na minha visão, os blogueiros do Huffington Post se transformaram em escravos modernos na plantação de Arianna Huffington”, afirmou, de acordo com Bercovici. “Ela quer roubar as dezenas de milhões de dólares que colheu do árduo trabalho desses blogueiros. Tudo isso poderia ser evitado se Arianna Huffington não tivesse agido a exemplo de donos de empresas como o Wal-Mart, que basicamente dizem ‘Que se danem vocês, este é o meu dinheiro’”, completa.

Não é a primeira vez que a AOL se complica com direitos trabalhistas. Em 1999, dois voluntários que trabalhavam como moderadores em salas de bate-papo do site alegaram estarem sendo usados como funcionários comuns, violando o ato americano de justiça do trabalho, e processaram a companhia. O caso foi acordado em US$ 15 milhões aos voluntários.

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