A CPI não pode recuar agora, ou estaria sendo cúmplice

Artigo de Dora Kramer no jornal O Estado de S.Paulo, nesta quarta-feira, afirma que o que está em jogo é a autoridade do Estado, desafiada quando funcionários públicos são ameaçados

A CPI não pode recuar agora, ou estaria sendo cúmplice
A CPI não pode recuar agora, ou estaria sendo cúmplice (Foto: Reprodução)


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247 – O caso do juiz que pediu afastamento do caso Cachoeira por sofrer ameaças deixou impressionadas não apenas a população, mas também a corregedora-geral do CNJ, ministra Eliana Calmon, que prometeu investigar o caso (leia mais). Para justificar seu pedido de afastamento do processo da operação Monte Carlo, que corria em Goiânia e determinou a prisão do contraventor Carlos Cachoeira, o desembargador Paulo Augusto Moreira Lima afirmou que não tinha proteção do Estado e que se sentia ameaçado até mesmo diante de seus colegas.

Em artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo nesta quarta-feira 20, a jornalista Dora Kramer aponta a importância de a CPI do Cachoeira, que investiga o caso no Congresso, seguir adiante com seus trabalhos. Para ela, se não o fizer, terá sido cúmplice. Leia a íntegra:

Desafio ao Estado

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Dora Kramer – O Estado de S.Paulo – 20 de juno

Evidente, pois, que a CPI que investiga o esquema Cachoeira e suas ramificações está diante de algo grande.

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Tão grande que a comissão só tem um caminho: suspender as tentativas de proteger esse ou aquele grupo e retomar os trabalhos na próxima semana com a seriedade, compreendendo o que se passa debaixo de seu nariz.

Ou faz isso e prossegue nas investigações para valer apesar dos pesares que porventura venham a pesar sobre parlamentares, governadores, prefeitos, empresários e quem mais esteja envolvido, ou a comissão de inquérito terá sido cúmplice.

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Qualquer recuo a partir de agora pode significar o acobertamento de ações do crime organizado dentro do Congresso Nacional e uma gravíssima agressão às instituições.

O que está em jogo é a autoridade do Estado, desafiada quando funcionários públicos são ameaçados no exercício de quaisquer funções, mais ainda se estas dizem respeito a apuração de crimes contra o poder público e nas entranhas dele.

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Não é o juiz quem tem de se afastar em nome de sua segurança, mas o Estado que precisa lhe garantir a vida, prender os autores das ameaças e assegurar condições para o desbaratamento dessa máfia.

Qualquer coisa diferente disso equivale a transferir aos bandidos um poder de decisão que não lhes pertence e pôr de antemão o juiz (ou juíza) substituto sob suspeita ou risco de morte.

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