‘Você não consegue discernir o que é comunidade indígena e garimpo’, diz Sonia Guajajara

Flávio Dino informou que mais 100 integrantes da Força Nacional de Segurança chegarão amanhã ao estado para ajudar na retirada de garimpeiros

(Foto: Gilvan Alves/TV Brasil)


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Rede Brasil Atual - A Polícia Federal (PF) enviou agentes à Terra Indígena Yanomami, em Roraima, para investigar a morte de três jovens que teriam sido assassinados por garimpeiros. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que está na região, informou que forças de segurança serão ampliadas no local durante a semana, para assegurar a retirada dos garimpeiros. Agora, segundo ela, os garimpeiros estariam saindo de áreas de exploração menores e se encontrando em espaços mais amplos. “É garimpo infinito. Você não consegue mais discernir o que é comunidade indígena e garimpo”, afirmou a ministra, em entrevista coletiva, em Boa Vista, no final da tarde desta segunda-feira (6).

Ontem (5), Sonia sobrevoou a região de Homoxi, na TI Yanomami. Foi confirmada a morte de mais uma criança (de 1 ano e 5 meses), por desnutrição. Ela informou que o plano de contingência prevê a construção de um hospital de campanha. Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome está cedendo equipamentos para a perfuração de poços artesianos. O fornecimento de água é outra questão emergencial, devido à contaminação causada pelo garimpo ilegal. “Não tem água limpa para beber”, afirmou. Algumas comunidades também estão isoladas e com dificuldade para receber ajuda humanitária.

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Forças federais

Sonia Guajajara conversou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sobre reforço de forças federais para retirada de garimpeiros ilegais. “Dando cumprimento ao decreto do presidente Lula, determinei a ampliação da presença da Polícia Federal e da Força Nacional em Roraima, ao longo desta semana. Queremos que a desintrusão das terras indígenas ocorra em PAZ, sem conflitos”. afirmou Dino em rede social. No início da noite, ele informou que, com apoio da Força Aérea e do Ministério da Defesa, mais 100 integrantes da Força Nacional de Segurança chegarão amanhã a Roraima.

Assim, outras medidas que requerem ações urgentes são reforma da pista de pouso e o aumento dos casos de malária. “É uma situação de urgência e emergência permanente”, disse a ministra, que falou em “intervenção” no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) local. Além disso, ela pretende agilizar a nomeação do coordenador regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

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Sonia – que ficará em Roraima pelo menos até quarta-feira – não revelou detalhes da operação das forças de segurança para retirada dos garimpeiros, alegando questões estratégicas. Mas disse que a ação ainda demandará tempo. “Tudo tem que ser analisado de forma cuidadosa.”

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