Ritmo de aumento do nível do mar global dobrou, aponta relatório climático da ONU

O relatório anual, divulgado um dia antes do Dia da Terra, também mostrou que o gelo marinho na Antártica recuou para mínimos recordes em junho e julho

(Foto: Agência Brasil)


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GENEBRA (Reuters) - O nível global do mar está subindo mais do que o dobro do ritmo registrado na primeira década de medições, entre 1993 e 2002, e atingiu um novo recorde no ano passado, informou a Organização Meteorológica Mundial na sexta-feira, alertando que a tendência continuará por milênios.

O degelo extremo das geleiras e os níveis recordes de calor nos oceanos - que causam a expansão da água - contribuíram para um aumento médio do nível do mar de 4,62 mm por ano entre 2013 e 2022, disse a agência da ONU em um importante relatório detalhando os estragos das mudanças climáticas. Isso é quase o dobro do ritmo da primeira década registrada, 1993-2002, levando a um aumento total de mais de 10 cm desde o início dos anos 1990.

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"Já perdemos este jogo de derretimento de geleiras e de aumento do nível do mar, então isso é uma má notícia", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em entrevista coletiva. Isso porque já foram emitidos níveis tão altos de gases de efeito estufa que as águas continuariam a subir por "milhares de anos".

O aumento do nível do mar ameaça algumas cidades costeiras e a própria existência de estados de baixa altitude, como a ilha de Tuvalu, que planeja construir uma versão digital de si mesma caso seja submersa.

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O relatório anual, divulgado um dia antes do Dia da Terra, também mostrou que o gelo marinho na Antártica recuou para mínimos recordes em junho e julho. Os oceanos foram os mais quentes já registrados, com cerca de 58% de suas superfícies experimentando uma onda de calor marinha, afirmou.

Cerca de 15.000 pessoas morreram durante as ondas de calor da Europa no ano passado, afirmou.

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Taalas disse que esses padrões climáticos extremos continuarão na década de 2060, independentemente das medidas que tomarmos para reduzir as emissões. Mas ele disse que ainda há uma chance de mudar as coisas depois.

"A boa notícia seria que seríamos capazes de eliminar gradualmente essa tendência negativa e até atingir o limite de 1,5 grau (Celsius)", disse ele, observando que planos climáticos mais ambiciosos dos países do G7 poderiam permitir que o mundo cumprisse a meta de temperatura acordada em Paris 2015.

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No geral, a OMM informou que 2022 foi classificado como o quinto ou sexto ano mais quente já registrado, com a temperatura média global 1,15 graus Celsius acima da média pré-industrial, apesar do impacto de resfriamento do evento climático La Niña de três anos.

Cientistas do clima alertaram que o mundo pode quebrar um novo recorde de temperatura média em 2023 ou 2024, impulsionado pelas mudanças climáticas e pelo retorno antecipado das condições de aquecimento do El Niño.

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