Relator do marco temporal e presidente da CPMI dos Atos golpistas, Arthur Maia ataca Marina: 'extremista e xiita'
Para defender o agronegócio, o deputado federal Arthur Maia acusou a ministra do Meio Ambiente de querer fazer do Ibama “uma arma inimiga do crescimento econômico"
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247 - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do dia 8 de janeiro e relator do marco temporal para terras indígenas, deputado federal Arthur Oliveira Maia (União Brasil-BA), usou as redes sociais para atacar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), rotulando-a de “xiita” e "ministra extremista". Para o parlamentar, Marina quer utilizar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) “como uma arma inimiga do crescimento econômico" do país.
"O dilema do governo é ter apenas 130 deputados alinhados ideologicamente com a esquerda, precisar que o agronegócio continue sustentando a balança comercial, ter uma ministra do Meio Ambiente xiita que quer fazer do Ibama uma arma inimiga do crescimento econômico", escreveu Maia.
Em outra postagem, o parlamentar compartilhou um vídeo em que três indígenas lançam pedras em uma anta, alegando que o ato não visava obter alimento, mas sim provocar "risadas". "Agora pergunto: desejam tantas terras para fazer isso? Espero sinceramente que o Marco Temporal seja aprovado e que possamos restaurar a ordem em nosso país!", postou.
Na sequência, ele promoveu ataques contra a esquerda e afirmou que existe uma “guerra” contra o agronegócio. “Se a esquerda buscasse distribuir melhor a riqueza seria bom, ajudariam a melhorar a justiça social num país de desigualdades. O drama é que o objetivo é destruir quem produz. Assim, destroem empregos e geram mais pobreza. A guerra contra o agronegócio mostra bem essa realidade”, destacou.
O projeto do marco temporal tramitou em regime de urgência na Câmara dos Deputados e foi encaminhado ao Senado na semana passada. O presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o texto será avaliado pelas comissões temáticas. Na Câmara, a proposta foi levada diretamente ao plenário.
As críticas de Arthur Maia a Marina Silva surgem em meio à pressão de setores do agronegócio, e de setores do próprio governo sobre a agenda ambiental e ao isolamento da ministra. Grupos no Planalto têm pressionado a ministra em relação à exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. No mês passado, o Ibama negou uma licença à Petrobrás, o que elevou as tensões entre alas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a área ambiental.
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