Projetos para liberar mineração e criação de gado ameaçam reservas extrativistas

“A ideia é mercantilizar as Resex. Não há melhor expressão do que a de 'passar a boiada'”, diz o deputado Pedro Uczai

Reserva extrativista Tapajós
Reserva extrativista Tapajós (Foto: José Cruz /Agência Brasil)


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247 - Dois projetos em tramitação na Câmara dos Deputados colocam sob ameaça a existência das 66 Reservas Extrativistas (Resex), criadas na década de 1990 com o objetivo de possibilitar a sobrevivência de comunidades tradicionais por meio da  extração sustentável de produtos florestais na Amazônia. De acordo com o jornal O Globo, os projetos, caso aprovados, permitirão a instalação de lavras de garimpo e a criação de bois e búfalos nessas áreas, alterando a lei de 2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Ambientalistas e extrativistas, porém, destacam que os projetos atendem interesses do agronegócio e do garimpo ilegal. 

O projeto que libera a pecuária nestas áreas, de autoria do deputado Junior Ferrari (PSD-PA),teve parecer favorável da relatora, deputada Silvia Cristina (PDT-RO), da Comissão de Agricultura, em maio. Em julho, o relator relator Nereu Crispim (PSL-RS), também deu parecer favorável ao projeto do deputado Éder Mauro (PSD-PA) que permite a instalação de lavras de garimpo de pequeno porte nestas regiões. 

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“A ideia é mercantilizar as Resex. Não há melhor expressão do que a de “passar a boiada”, disse o deputado Pedro Uczai (PT-SC), em referência a uma fala do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. “Dizem que pequenas lavras de garimpo não têm impacto. Mas não existe extração de minério sem impacto para o meio ambiente e populações locais. É uma atividade incompatível com essas área”, ressaltou o secretário-geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Dione Torquato.

“Nenhuma das proposições foi discutida com as comunidades. É uma ameaça ao ambiente e à população das áreas”, observou Bruno Taitson, analista de conservação da WWF Brasil.A reportagem ressalta que entre agosto de 2019 e julho de 2020, o desmatamento alcançou 143 km² de reservas extrativistas, segundo dados do Imazon. De agosto de 2020 a julho deste ano, a supressão vegetal foi de 213 km². 

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