"Política de ocupação predatória da Amazônia apoia-se no falso discurso de perigo da internacionalização", diz José Dirceu
Ex-ministro relembra medidas do governo Bolsonaro que contribuíram com o abandono da Amazônia sob pretexto de livrar a região do controle de países do exterior
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247 - O ex-ministro José Dirceu (PT), em artigo publicado no Poder 360, criticou o discurso bolsonarista relacionado ao "perigo da internacionalização da Amazônia", alegando que tal narrativa funciona como uma justificativa para a atual política de ocupação predatória promovida pelo governo federal na região.
Segundo Dirceu, "todo discurso e propaganda da direita bolsonarista sobre a Amazônia se apoia no perigo de sua internacionalização, na presença das ONGs e na intervenção de governos estrangeiros, segundo eles indevida e dirigida a aqueles objetivos."
O ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula cita como exemplo o rompimento unilateral feito pelo governo brasileiro, com crivo do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com o Fundo Amazônia, do valor de US$ 1.28 bilhão, por ter o envolvimento da Noruega e Alemanha no financiamento.
Disso, de acordo com Dirceu, seguiu-se o "desmonte proposital da legislação de proteção ambiental do país e dos organismos de fiscalização e proteção da Amazônia", em nome do discurso contrário a "todo e qualquer controle e proteção da região". Naturalmente, com tal desmonte, as populações indígenas ficaram mais vulneráveis às invasões de criminosos que visam explorar a região.
"O efeito é o aumento da exploração ilegal da região, a explosão da pirataria, a pesca ilegal, a destruição de nossa biodiversidade, a exportação ilegal dos nossos recursos naturais, nosso patrimônio genético", escreve o petista.
Tudo isso em meio à completa "inação das polícias militares, dos efetivos das Forças Armadas e do próprio governo federal e de seus organismos na região." Por fim, Dirceu conclui que "a tragédia do desaparecimento e das mortes por assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira expõe a barbárie e a gravidade do que ocorre na nossa Amazônia, uma vergonha para nossa imagem mundial e um retrato do governo Bolsonaro."
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