"Parte do agronegócio está percebendo que o bolsonarismo é um péssimo negócio", diz Marina Silva

Ex-ministra, aliada de Lula, fala em criar um "espaço virtuoso" que atraia o setor para a agricultura de baixo carbono: 'o Brasil não pode ficar trancado do lado de fora'

Marina Silva
Marina Silva (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - A ex-ministra e deputada eleita Marina Silva (Rede), que tem o nome cotado para assumir o Ministério do Meio Ambiente no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que uma parte do setor do agronegócio “percebeu que Bolsonaro é um péssimo negócio”.

“Quando você junta a sociedade, as mudanças no Governo Federal, a conjuntura internacional, o Brasil não vai poder ficar trancado do lado de fora. Acho que uma parte do agronegócio está percebendo que essa prática do Bolsonaro e do bolsonarismo é um péssimo negócio. Não ter finalizado o acordo com o Mercosul é um péssimo negócio. Ter perdido alguns investimentos é um péssimo negócio, ter tido alguns contratos cancelados, um péssimo negócio”, disse Marina em entrevista ao UOL.

continua após o anúncio

Ainda segundo ela, “as pessoas estão começando a perceber que existe um caminho virtuoso. É o que eu chamo de competição pelo caminho de cima. Quem quiser continuar competindo pelo caminho de baixo, da ilegalidade, da violência, da destruição do meio ambiente, de não ter compromisso com a questão climática e de preservação da biodiversidade, vai ficar trancado pelo lado de fora”. 

“Alguns dos setores do agronegócio não podem prevalecer em prejuízo dos interesses estratégicos do próprio setor e do país. Nós não finalizamos o acordo com o Mercosul até agora, que é importante para o Brasil e para a União Europeia, em função desses setores. Eles não podem sequestrar os interesses econômicos, sociais e ambientais do Brasil”, ressaltou. 

continua após o anúncio

Segundo ela, uma das formas para melhorar a imagem do agronegócio brasileiro é “utilizar o Plano Safra [programa do Governo Federal que concede crédito a pequenos e médios produtores e que permite custear insumos, adquirir equipamentos, entre outros] como a base para a transição da agricultura de baixo carbono”.

“É dessa forma que nós vamos conseguir diminuir a emissão de CO2 de forma sustentável, em que você vai ter investimentos com as tecnologias já desenvolvidas pela Embrapa para que grandes produtores continuem suas produções sem precisar mais derrubar a floresta, e ainda sequestrando carbono da atmosfera e fixando o carbono”, ressaltou.

continua após o anúncio

Na entrevista, Marina ainda criticou o desmonte dos órgãos de fiscalização ambiental feito pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Para ela, "a recomposição das equipes, a recomposição dos orçamentos do ICMBio, do Ibama, além de trazer o Serviço Florestal e a Agência Nacional de Águas de volta para o Ministério do Meio Ambiente são medidas urgentes. É preciso também pôr um freio no que está acontecendo no Congresso Nacional para que o pacote da destruição não tenha continuidade".

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: 

continua após o anúncio

 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247