OEA vê risco a pessoas que atuaram na busca de Bruno e Dom
Segundo a Organização dos Estados Americanos, defensores dos povos indígenas estão sofrendo "eventos de violência e ameaças" no Brasil
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247 - Defensores dos povos indígenas que atuaram nas buscas do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips estão sofrendo "eventos de violência e ameaças" contra "a vida e a integridade pessoal" pelo menos desde 2018. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
De acordo com informações publicadas nesta segunda pelo jornal Folha de S.Paulo, a OEA citou Beto Marubo, Eliésio Marubo e Orlando Possuelo, pessoas que eram próximas a Bruno Pereira. "[Essas pessoas estão] em situação de risco devido a seu trabalho na proteção dos povos indígenas do Vale do Javari e de seu território, bem como por sua participação direta nas buscas de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips e pela demanda por justiça por seus assassinatos", disse o relatório.
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A comissão pediu que o Brasil tenha medidas necessárias para a proteção de 11 pessoas ligadas à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Elas trabalharam no caso do assassinato de Bruno e Dom, em junho deste ano.
A OEA citou "ataques à Fundação Nacional do Índio (Funai), o assassinato do funcionário da Funai Maxciel Pereira dos Santos, ameaças de morte feitas por invasores de terras indígenas, tiros com armas de fogo contra os membros da Univaja, e o recente assassinato dos senhores [Bruno] Araújo Pereira e [Dom] Phillips".
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"O Estado [brasileiro] não implementou medidas concretas de proteção em favor das pessoas propostas beneficiárias [os 11 membros da Univaja], apesar das denúncias interpostas ao longo de 2021 e 2022", disse a comissão.
Assassinatos
Maxciel Pereira trabalhou na Frente de Proteção Etnoambiental da Funai no Vale do Javari. Foi assassinado em 2019, na cidade de Tabatinga (AM), quando andava de moto com sua esposa e sua filha. Ninguém foi preso.
Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados em junho deste ano. O indigenista fez carreira na Funai atuando na região do Vale do Javari, antes de assumir a coordenação de povos isolados em Brasília. A função dele era a construição um diálogo com os povos indígenas da região e ajudá-los na proteção de território.
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O jornalista escrevia um livro sobre a Amazônia e ajuda de Bruno Pereira. O indigenista tinha organizado a expedição ao Vale do Javari em que ambos foram mortos por um pescador da região, conhecido como Pelado.
A Polícia prendeu suspeitos de participação no crime. Um deles, conhecido como Colômbia, seria o chefe da operação do tráfico ilegal na região, que envolvia drogas e pesca. Ele foi solto depois de pagar fiança.
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