Noruega acena para Lula e diz que pode retomar pagamentos ao Fundo Amazônia se governo mudar

'Se houver uma mudança [de governo] no Brasil, temos esperanças de que possamos retomar uma parceria boa e ativa', disse o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide

ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters)


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Por Gwladys Fouche OSLO (Reuters) - A Noruega está pronta para retomar os pagamentos ao Brasil para prevenção do desmatamento na Amazônia se houver mudança de governo nas eleições de outubro, como sugerem pesquisas de opinião, disse o ministro do Meio Ambiente e Clima do país nórdico.

Os brasileiros votarão para escolher um novo presidente, e o líder de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva tem uma vantagem de 16 pontos percentuais contra o titular de extrema direita, Jair Bolsonaro, segundo uma pesquisa de 8 de junho.

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Entre 2008 e 2018, a Noruega pagou US$ 1,2 bilhão (R$ 6,18 bilhões) ao Fundo Amazônia, que financia o Brasil para prevenir, monitorar e combater o desmatamento, sendo de longe o maior doador. As taxas de desmatamento diminuíram durante esse período.

Mas o fundo foi congelado depois que as taxas de destruição da maior floresta tropical do mundo dispararam sob o governo de Bolsonaro, que assumiu o cargo em 2019 e enfraqueceu a proteção ambiental, dizendo que a agricultura e a mineração na Amazônia reduzem a pobreza.

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"Se for como mostram as pesquisas e houver uma mudança [de governo] no Brasil, temos grandes esperanças de que possamos retomar rapidamente uma parceria boa e ativa", disse em entrevista à Reuters o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide.

"O que eles disseram, do lado da oposição, foi muito positivo", disse ele, acrescentando que o trabalho no fundo pode ser retomado "muito rápido", em questão de "semanas ou meses", "desde que a oposição faça o que diz que vai fazer".

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O Ministério do Meio Ambiente do Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário nesta quarta-feira (22).

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, cético em relação às mudanças climáticas, havia criticado a gestão do Fundo Amazônia em 2019, fazendo alegações não especificadas de irregularidades em prêmios concedidos a organizações não governamentais.

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A Noruega disse na época que estava satisfeita com a forma como os fundos estavam sendo administrados, rejeitando efetivamente essas críticas.

O Fundo Amazônia detém atualmente cerca de US$ 3 bilhões (R$ 15,45 bilhões), segundo ONGs. Uma vez que volte a funcionar, o fundo deverá ser usado para restaurar a governança ambiental que Bolsonaro desmantelou, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, um grupo guarda-chuva que representa 65 ONGs verdes brasileiras.

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Por exemplo, "o dinheiro deve ser usado para financiar operações em campo das polícias local e federal para o combate de crimes ambientais", como mineração ilegal e extração de madeira, disse Astrini.

Mais tarde, os pagamentos ao fundo devem voltar a ser baseados na eficácia do Brasil em conter ou desacelerar o desmatamento, em definir incentivos para proteger a Amazônia, disse Anders Haug Larsen, chefe de políticas na Rainforest Foundation Norway.

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